domingo, 30 de novembro de 2014

Boas Festas


Após AVC, não estou escrevendo.








Thê e Jarbas




quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Aniversario de 6 anos do blog do rato

niversario do Blog Rato, eu na palavra estou cambaleando.





Mkmouse

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Sofisma de Buda

    Para entender o mundo de hoje é preciso muita atenção aos detalhes, no que tange ao comunismo brasileiro então é necessário ainda atentar para as sutilezas de Brasília.

U.F.B. Orçamento de 2012 - R$1.372.803.425,11

    A Universidade Federal de Brasília, não só um instrumento, mas modelo cultural e modelo de cultura para as outras universidades estaduais do país além de ser o orgulho de todos partidos comunistas do Brasil, fez uma importante descoberta sobre o socialismo filosófico e a ciência da filofia.

     Nota do editor:- O comunismo é algo tão rendável nos dias de hoje, que depois da “queda na real” da URSS e o seu CCCPC que ele, o comunismo, não consegue sequer ser igual a todos seus seguidores na maneira de pensar e nem mesmo na maneira de ser.

    Saindo na frente das maiores universidades do mundo, esta Instituição comunista de ensino brasileira, fomentada física e mentalmente pelo governo vermelho do PT, provou ao mundo que para ser um bom filósofo (e um famoso também) basta apenas ter a bunda grande; no linguajar íntimo do meio comunista pós-moderno brasileiro: ser bom de bunda.

    Outra nota do editor:-  PT é o Partido dos Trabalhadores e não Perda Total como anda aparecendo por aí em muitas tirinhas, quadrinhos ou ilustrações; todas estas aparições são reacionárias e retrógradas (mas democráticas) segundo o parecer do sábio Status Quo do momento.

    Isso explica tudo o que ocorre de impensável neste país dos acontecimentos que até Deus duvida que possam acontecer; não é falácia não, nem mesmo crítica, é pura e simples constatação de uma realidade que por sinal, pode ser comprovada sem muitas delongas por todo o território nacional brasileiro, em especial na praça dos três poderes e por suas redondezas.


    Meu Deus!

    Eu vivo em um país repleto de grandes filósofas  e pequenos filósofos, enfim vivo  em um país filosófico.

    Fico eu aqui pensando, qual seria o tamanho da bunda de Sócrates?!

    A julgar pelo que se sabe dele e de sua filosofia, ainda deve restar algo da bunda dele em algum lugar deste planeta mesmo após o aniversário dos dois mil e quatrocentos anos da sua morte.
Busto de Sócrates – Museu do Vaticano


    Mas deixa isso pra lá, isso é só divagação mesmo e vamos ao que interessa que é como esta egrégia organização chegou a esta sapientíssima conclusão.

    Como a ideia fundamental do comunismo é igualar os desiguais e quem mais desigual que eu mesmo e o meu cérebro de vírus perto das sumidades pensantes do comunismo não decadente do Brasil; hoje, o único em todo o planeta.

    Gente, pensa nisso!!!

    Eu tenho bunda logo, sou um filósofo!
    Eu nem parei para meditar sobre este empolgante, importantíssimo e não menos utilíssimo assunto filosófico-social-partidário e já descobri a resposta matemática, filosófica e socialmente correta que levou os mestres da sabedoria desta inusitada organização de ensino estatal à esta descoberta socialmente correta.

    Agora eu posso entender porque que dançar na boca de uma garrafa ou mostrar a bunda em um palco qualquer, além de arrancar aplausos entusiasmados e desesperados das novas plateias cativas e mantidas pelo poder do estado, não é um atentado ao pudor e sim a mais pura arte, a forma mais material do “belo” do “inatingível”, é a mais nova forma da filosofia social comunista do Brasil.

    Olha só como cheguei a este resultado.

    Meu Deus, como é que eu não pensei nisso antes...

    Mas primeiro vamos ao lado matemático da coisa, o lado que dá o respaldo sólido e demonstra a veracidade do pensamento:

    Os números reais e que existem são: 0, 1, 2, 3, ...; o 0 (zero) é nada, o 1 (um) é um e por ai vai, até o infinito.

    Agora vamos para ao lado filo matemático da coisa...
    Se, nada começa com N e se zero é nada (N) logo nada, (N) à direita de algo não vale, ou seja, não conta; então a palavra Bunda pode ser lida e escrita como Buda sem ter o seu valor semântico alterado.

    Com Isso podemos então chegar à síntese, à conclusão final:

    Filosofia Budista e Filosofia Bundistica é a mesma coisa!

    Que maravilha de raciocínio é este; perfeito para torna-se, pelo poder do decreto presidencial, (não é esse o caso) em uma verdade filosófica e matemática.
Vitima da reforma agraria comunista na Ucrania – foto de 1935

    Nada como uma Universidade comunista para fazer-nos ver a verdade.

    Agora eu sei o motivo da maioria das imagens de Buda estarem na posição do Lótus, ele está sentado na sabedoria....
O grande Buda de Kamakura - Japão

    Virgem Santa, como é sábio o Buda de Kamakura!

    Meu Deus, quem disse que deste mato populista, ignorante, medíocre, barato e rasteiro não sairia um coelho, sequer um miserável camundongo estava redondamente errado, dele está saindo muitos “Einsteins” e muitos “Galileu Galileis” da filosofia comunista social e politicamente correta pós-moderna.

    Como são sábios estes comunistas!
    Esta descoberta comunista tem implicações tremendas em todo o conhecimento humano, só para começar ela derruba totalmente o Darwinismo (macaco não tem Bunda) e deixa os Criacionistas com o paradoxo de Macunaíma (ninguém sabe de onde ele saiu) para resolver.
O nascimento de Macunaima

    Mas eu ainda sinto discriminação nesta nova forma comunista de igualar os homens, as mulheres estão levando vantagem filosófica dupla, pois são naturalmente mais bem dotadas para a filosofia que os homens e quando o assunto não é filosofia o outro lado delas tem boca e geralmente fala mais alto que todos os outros sentidos humanos juntos.

    É, mas isso não é tão problemático assim como possa parecer à primeira vista.

    A sabedoria comunista já providenciou a solução para este problema e pelo andar da carruagem populista e politicamente correta do governo brasileiro, logo logo o homem por aqui estará extinto, senão naturalmente, o será pela cirurgia de troca de sexo ou pior ainda, por “frescura” crônica mesmo.

    Eu acho que o governo para evitar a extinção da espécie humana deve já ter determinado ao IBAMA para providenciar espécimens menos filosóficos, política e socialmente incorretos e sob ameaça de extinção eminente, para uma posterior clonagem.

    Assim sendo e confiando cegamente na sabedoria dos governos comunistas para nos levar vivos até o nosso venturoso, glorioso e iluminado futuro, fico a estudar como resolver o efeito colateral da agora minha bunda filosófica.

    Antigamente eu dava descarga e mandava a filosofia novinha em folha para o rio...

    Rio???

    Não!

    Para o Rio de Janeiro não.

    Era para algum rio mesmo (aqueles que na teoria são feitos com água corrente) sei lá onde, mas eu não sabia que isso era o resultado da filosofia; agora que sei tenho que mandar isso para algum lugar onde certamente será usado e reciclado muitas vezes, por pessoas mais capazes este labor que este rato inútil.

    Pensei em mandar para Brasília, o paraíso dos homens e mulheres mais capazes do Brasil, mas com o problema dos congestionamentos, greves, operações tartaruga, roubos e extravios de bagagem que a garga delicada passaria no trânsito para o seu destino final, dificilmente ela chegaria lá fresquinha e intacta, acho que poderia até chegar com o prazo de validade vencido o que é uma pena, pois certamente enriqueceria ainda mais as filosóficas filosofias que de lá saem para o Brasil e o Mundo, as quais posso eu ver, quando não sentir na própria pele em meu dia a dia, durante todas as horas dos dias por todas as mídias concebíveis e imagináveis.

    Antigamente eu não entendia nada de filosofia partidária, comunismo, socialismo, eu não sabia porque os caprinos faziam o que faziam depois que comiam capim em forma de bolinhas e as vacas em forma de “ploft”; que ignorância a minha, era só a falta de bunda que causava esta diferença

    Agora que eu tenho bunda entendo como, por que e de onde sai a filosofia comunosocialista do capitalismo selvagem e hereditário do Brasil.
    Graças à descoberta fantástica de UFB, posso falar tranquilamente sobre o tema.
    Mas agora falar do tema para você seria como chover no molhado, você também tem bunda não tem?
    Sendo assim fui...
    É, preciso puxar a descarga, algum rio em algum lugar vai ficar mais sábio daqui a algum tempo.

São Paulo, SP, 14 de Abril de 2014
Mkmouse



terça-feira, 1 de abril de 2014

Querem ver algo "novo"?


    Dizem que o jornalista foi demitido depois destas declarações.
     Não, não é isso o "novo", isso é o velho, o novo está no link ao final do meu texto.

   Tudo quanto é jornalista, tudo quanto é dono de TV, Chefe religioso e de todas as crenças com alguma representação potencial na política, sabe do que o jornalista está falando e sabe o que na verdade está acontecendo neste país e pelo mundo afora.
    O novo está no fato de que este jornalista falou e é isso o que realmente conta.
   Se não pagou o preço por ser honesto e exercer o direito de se expressar com liberdade e democraticamente (cláusula pétrea da nossa lei maior), ainda corre o risco de ter que pagar, pois é uma única voz em meio ao silêncio total, tumular e conivente que as organizações civis e religiosas fazem quando o assunto é a verdade política vigente neste pais e o caráter do seu povinho.
   Não sei de nenhum representante da igreja católica que em sua paróquia ou em seus programas de radio e TV convoquem seus paroquianos a pensar sobre o que na realidade está acontecendo e aponte os homens maus, sabem o por que?
    Isso não dá lucro, não dá poder, não dá status, isso tiraria o seus paroquianos do torpor a que estão sendo submetidos pelas mídias, até subliminarmente, todos os dias de suas patéticas vidas no plantel.
Lutero em 1529 por Lucas Cranach
     Não sei de nenhum representante das igrejas evangélicas, que em sua também paróquia ou em seus programas de radio e TV convoquem seus seguidores a pensar sobre a realidade do momento, sobre o que está acontecendo, ou apontam os homens maus e sabem o  por que?
     Isso não dá lucro, não dá poder além de tirar o poder adquirido, não dá mais status social além de por em risco as benesses públicas que lhes foram concedidas, ao preço do seu consciente silêncio em face ao erro ou até mesmo ao crime.
    Por fim o pior, como já foi anteriormente escrito, isso tiraria o seus fiéis do torpor a que estão sendo submetidos pelas mídias, até subliminarmente, todos os dias de suas vidas patéticas no plantel.
    Convenhamos, é muito mais fácil vender Deus e seus atributos por às vezes menos que trinta moedas, posto que ele (Deus) na realidade só recebe o que lhe é próprio e os homens só podem receber o que é de César, o que é do mundo, da Terra.
O mais antigo painel iconográfico do Cristo Pantocrator.
Século VI. Mosteiro de Santa Catarina, Egito.
     Seria o maior dos absurdos e ao extremo, Deus sair por aí pedindo dinheiro e (ou) “poder” para fazer algo que ele achasse que deveria existir ou precisaria ser feito.
       Só mesmo um povinho subsidiado a circo, a utopias e promessas não menos utópicas, regradas por mulheres semi nuas para não dizer peladas, pagas com o dinheiro alheio, para não dizer público, para achar que Deus precisa de interpretes ou embaixadores para qualquer ação, seja ela qual for.
     Se todos fizessem o que uma pessoa de bem, honesta, decente e bem intencionada deve fazer, não pactuar com erros mas sim apontar com clareza as falhas, os erros, os crimes, os delitos perpetrados contra o homem e a humanidade, sem se esquecer contudo de dar o devido crédito a quem de direito, quase todos os problemas que nos assoberba estariam praticamente solucionados
   Mas os líderes não fazem isso posto que só são os líderes por se comprometerem em silenciarem-se diante do abominável.
   Os que tem meios de se expressar publicamente, através de concessões governamentais só o fazem se submeterem-se a um contrato, onde em letras miúdas lê-se “Se Eu ou o Patrocinador não gostar do que Você, o contratado, disser ou fizer, Você, o contratado, será demitido e por justa causa”.
    Não são tais criaturas nada além de “repórteres de ponto eletrônico”, repórteres que fazem com que todo o seu estudo, esforço e profissão se transformem apenas em “um amigo que vem do interior e vai para o rio”, quando fazem “puxar a descarga” em público, no ar, por ordem que lhes chega pela latrina do ponto eletrônico em prol do lucro.
    Querem ver lugares onde impera o silêncio, além dos meios de comunicação em massa?
   Vão aos templos em horário de culto, assistam um culto no Vaticano ou em suas igrejas pelo mundo, se vocês não puderem ouvir nestes locais o silêncio cair ameaçador, senão mortal, sobre todos os inocentes da Terra, estarão no local certo, exatamente onde deveriam estar, pois é aí que ouvirão aquilo que mais querem ouvir e não a verdade, não os sons impronunciáveis de angústia e desespero que sai por baixo do trono de Deus.
    É nestes locais, certos para você somente, que se ouve a voz dos homens mais alto que a voz de Deus; é nestes locais que os surdos ouvem os homens chamando Deus de incompetente em tudo o que faz, os cegos veem o homem fazendo milagres, como um simples e mero Anhanguera pós-moderno e os paralíticos correm atrás da prosperidade.
Jesus expulsando os vendilhões. - Antes de 1570.
Por El Greco, atualmente na National Gallery of Art, em Washington D.C..
     Quem cala consente, é conivente e é um cúmplice; é tão criminoso quanto aquele que praticou ou pratica o delito; o crime que ocultas no teu silêncio.

    Quem faz aquilo que deve ser feito, cumpre a lei, é uma referência senão uma honra para a profissão que abraçou e segue reto pelos caminhos da vida não merece por isso prêmios, mas também está por justiça e por direito isento de punições.
   Vivemos cantando aos quatro cantos, romanticamente, os prazeres da liberdade e da democracia que vivemos, no entanto éramos mais livres quando podíamos tudo menos falar do presidente, nós na realidade vivemos sob a dura realidade do terror legal e legalizado.
   Vivemos presos e indefesos, por vezes aterrorizados pelo crime, casual ou organizado dentro de nossas, às vezes gradeadas casas, enquanto os criminosos confessos fazem tudo e de tudo, livres, desimpedidos e completamente protegidos sob a égide da lei, sob a tutela do estado e convenientemente apoiados por organizações afim.
Mahatma Gandhi em 1931
   Não existem mais homens como antigamente; foi-se o tempo de Mahatma Gandhi (assassinado em 30 de janeiro de 1948), Martin Luther King Jr. (assassinado em 4 de abril de 1968), Cochise (morreu isolado em uma reserva indígena em1874), Goyaałé (Geronimo) (preso em 1887 morreu na prisão em 1909), John Winston Lennon (ativista político) (assassinado em 1980) e porque não: Jesus Cristo (Yeshua Ha'Maschiach) (morreu assassinado em uma cruz, pelo seu próprio povo, em algum momento entre os anos 30 e 33 da era cristã)
Geronimo (Goyathlay, 1820–1909)
Foto de 1887 – época em que foi para a prisão de onde só saiu morto
    Os líderes de hoje em dia, não mais morrem por seus ideais, mandam o seu povo, seus liderados, sempre indefesos, para o matadouro junto com todas as bençãos de Deus e recebem com isso os aplausos, as benesses, as vantagens, o lucro, o poder, o dinheiro e tudo o mais que venha a cair da farta mesa dos Césares e escapa ao apetite voraz de seus cães.

  Eu mando para todos um link do facebook, com a certeza de que este os facebuqueros da vida, vidrados que ficam sempre em seus próprios umbigos, nunca nem sequer ouviram falar e se por um acaso sabiam ou ouviram falar, fizeram o que lhes é próprio em tais casos, silenciaram-se:-
   Link para o vídeo da reportagem:-


Fontes:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus


São Paulo, SP, 01 de abril de 2014
Mkmouse


terça-feira, 25 de março de 2014

O Bestificado II, Contemporâneo Pós-moderno.


II
O Purgatório
A entrada do Purgatório.
Um anjo guarda a Porta de São Pedro (Canto IX - A Divina Comédia).
Ilustração de Gustave Doré (século XIX)

     Dei as costas à aparente interminável fila de mortos e vivos que em marcha cadenciada seguiam pelo caminho que haviam escolhido, a passos largos segui em sentido oposto ao fatídico portal, o destino da fila.
    “Para navegar por águas melhores, minha poesia agora deixa para trás aquele mar cruel e segue para o segundo reino, onde a alma humana se purifica, e se torna digna de elevar-se ao céu.
    Quatro estrelas iluminavam o céu do Polo Sul. Quatro estrelas nunca vistas por homem algum em vida (a não ser pelo primeiro casal), pois nunca são vistas no céu do hemisfério norte. Voltei a minha atenção ao outro polo, e vi um vulto se aproximar. Era um velho solitário. Tinha barba longa e cabelos brancos. Seu semblante era iluminado pela luz das quatro estrelas, que davam-lhe um aspecto divino, como se a luz do Sol brilhasse em seu rosto.
   - Quem sois vós? - perguntou ele, movendo suas plumas. - Quem sois vós que, vencendo a correnteza do cego riacho, conseguistes fugir da prisão eterna? Quem foi que vos guiou? Quem foi a lanterna que vos indicou o caminho pelas trevas infernais? Será que todas as leis do abismo foram destruídas? Ou foram novas decisões tomadas no céu, permitindo que vós, condenados, chegásseis até o pé da minha montanha?"
A Divina Comédia - Saída do inferno Quatro estrelas
Espírito de Catão de Útica - Canto I

Dante e Virgílio diante de Catão de Útica.
Ilustração de Gustave Doré (século XIX).

     Como não pude começar sem ser dantesco, agora não menos, dou continuidade ao tema.
     Estamos no terceiro mês de um ano com mais um sufrágio universal maior, em tais épocas o purgatório se torna algo lógico, completamente explicável, justificável e racional enfim, um paraíso; o inferno, ah este sim, por mais tenebroso e eterno que seja a sua realidade, se torna apenas uma leve, momentânea e passageira atribulação.
     São os milagres realizados pelos meios de comunicação sob o férreo cabresto do Sr. Poder, capataz inescrupuloso do Sr. Patrocinador, da Sra. Corrupção e da Dona Chantagem, todos estes nababescamente recompensados pelo Ilmo. Sr. Lucro, filho de sua excelência excelentíssima, O Divino Capital.
     É nestes anos que misteriosamente a imprensa em todas as suas formas assume a forma da justiça, um belo e escultural corpo pleno em curvas voluptuosas, de uma seriedade única, impar, até em suas formas mais humorísticas é fria, lisa como o mais imaculado mármore de Carrara.
    A imprensa nestas épocas não só herda da escultural e simbólica figura as formas mas também o seu conteúdo; são sei o por que, mas nestas épocas a imprensa não só cega fica e completamente, como também perde a capacidade de pensar, é como se ela por motivos ainda ignorados perdesse toda a massa encefálica e o seu lugar é ocupado por apenas um bloco sólido e único de rocha metamórfica calcária, com as cores mais variadas possíveis de serem imaginadas.
     A capacidade de mentir, ocultar, disfarçar, desdizer e desinformar é tão grande e sofisticada que, se a seis meses das eleições, acontecesse algo por aqui nos moldes do tsunami de 2004 e a divulgação jornalística deste ocorrido não fosse do interesse eleitoreiro ela, a imprensa livre deste país, só iria notar o ocorrido no dia seguinte ao término das eleições.

    Nem o mais aguerrido dos repórteres, da mais poderosa à mais humilde das mídias, ficaria sabendo de nada antes do término das eleições, nem mesmo se tropeçasse nos destroços e cadáveres apodrecidos todos os dias, ao ir para o seu trabalho.
    Eu fico bestificado quando descubro que no país das Alices, se nomeia para cargos de presidência e diretoria pessoas sem o menor conhecimento do que vão dirigir ou presidir, acho que o único requisito exigido além de ter sido um distribuidor de santinhos em eleições é fazer uma assinatura digital (com tinta de carimbo) por extenso e é claro saber pronunciar com clareza em alto e bom tom: “Você Sabe Com Quem Está Falando?
     ...Seu Ninguém!”.
Jogo de chaves estrela para qualquer ocasião

     Dizem que ser mãe é padecer no paraíso, mas eu vos afirmo que nos dias de hoje ter (na pior das hipóteses) alguma parte do cérebro funcionando, pensando, além de sustentar a vida biológica que o irriga de sangue, é ter que viver incondicionalmente em um purgatório; purgatório este, que desta feita não é uma ante sala do paraíso mas sim uma outra porta para o inferno.
    Vivo em um país cuja infra estrutura portuária é cara e obsoleta mas que constrói portos modernos em outros países com o erário que lhe é próprio.
   Vivo em um país sem infra estrutura para o atendimento do público em seus hospitais (disto eu sou testemunha física e ocular) no entanto constrói estádios monumentais de fazer inveja aos mais abastados países do planeta.
   Vivo em um país onde não posso sair de casa sem ser incomodado por pedintes, assaltantes, bêbados, drogados, estupradores e outros vilões mais, não só no mundo real mas no mundo virtual também; um país que gasta muitos homens bons e uteis, além de muita verba do estado, todo mês na busca de supostos maus policiais e o que consegue com isso é só inibir o trabalho dos bons o que facilita a vida dos maus em seu dia a dia.
   Vivo em um país onde os meus direitos não são protegidos mesmo que eu cumpra com todas as obrigações que me são creditadas; um país onde os direitos humanos não são para as ultrajadas vítimas, via de regra indefesas ou reféns mas sim, para os prepotentes e reincidentes réus, bem como para todos os seus comparsas.
     Vivo em um país onde o pão é sempre pouco e caro mas o circo é monumental tanto no preço como na brutalidade e no mome.

Uma mulher cristã é martirizada sob Nero numa recriação do mito de Dirce (pintado por Henryk Siemiradzki, 1897, Museu Nacional de Varsóvia).

      Vivo em um país que trata a iguais com desigualdade e a desiguais com igualdade, um país onde o governo não tem cérebro sequer para discernir que se a natureza quisesse que todos fossem iguais, iguais os teria criado, iguais até no âmago do DNA; nós não teríamos cromossomas diferentes ao sermos concebidos, nasceríamos por bipartição, fissão binária ou cissiparidade.
     Vivo em um país onde por uma simples questão de justiça não posso culpar o governo pelos absurdos que passo para viver e vejo acontecer posto que, sem sombra de dúvidas aqui, talvez mais que em qualquer outro lugar da Terra é verdadeira a afirmação do filósofo francês Joseph-Marie Maistre (1753-1821) que em uma carta datada de 1811 colocou o seu nome na história ao escrever: “cada povo tem o governo que merece”.
     Tanto ele como eu, reconhecemos e pensamos, que os desmandos de um governo nada mais é que a justa punição para aqueles que tendo o direito de votar o fazem mal, quer por ignorância, quer por simples despreparo ou pior ainda, votam, não visando o benefício, o futuro bem estar de toda uma nação mas apenas para atender aos seus próprios, momentâneos e mesquinhos interesses, todos estes voltados apenas para a satisfação do seu egoísmo, do seu imenso egocentrismo; é também uma justa punição para todos aqueles que, não compartilhando ou contribuindo para o voto vencedor, permanecem silenciosos, apáticos ante o ultraje e às máculas que tais homúnculos fazem lançar, impunemente sobre um povo, uma gente boa e justa.

     Quem macula e insulta a pátria brasileira (e não só) é o seu próprio povo, em seu silencio consenciente e não o seu governo, governo este eleito dentro dos parâmetros legais em vigor na época do evento.
    Viver, não importa onde, é estar no purgatório, é estar na antecâmara do inferno para todos os que estão mais para animais que para homens ou, para todos aqueles que se julgando homens, não são nada além de pobres de espírito, criaturas cientes e conscientes de sua própria inferioridade natural e que foi guindada ao poder exatamente por assim o ser, posto que só pessoas como ele se aviltariam a ser apenas um descartável e barato títere; mas, se você acha que as coisas não podem ficar pior sugiro que engaje-se na laia dos favorecidos, marionetes, filie-se ao poder vigente e viva às custas do trabalho alheio sempre que puder ou de qualquer jeito.
    Mas se você sabe que as coisa podem ficar pior ainda, deixe esta vida de parasita que leva enquanto é tempo, antes que o seu hospedeiro acorde e o destrua; viver, não importa onde, é estar no purgatório, purgatório este que não é a sala de espera do inferno para todos aqueles que sendo, justos, honestos e honrados não se misturam, pactuam ou associam-se a canalhas para poder melhor viver.

Fontes:


São Paulo, SP, 25 de Março de 2014
Mkmouse


terça-feira, 11 de março de 2014

Barbárie à vista.


     Ameaças e intimidações, terrorismo e “cala bocas”, em anonimato direto ou indireto, através de terceiros ou não, por força de lei ou não, são as armas de todos os que não possuem argumentos ou se quer imaginação para defender com honra e decência as suas posições em qualquer que seja o contexto, são as armas preferidas, únicas por sinal, da ignorância plena, irrestrita e confessa.
     O uso destas armas é uma confissão completa de despreparo, de falta de civilidade e de desrespeito à lei vigente neste país; é também, um claro desrespeito à liberdade em todos os sentidos além de prova incontesta de libertinagem e não, de liberdade.
   A liberdade custa caro, implica em obrigações e respeito ao direito alheio, ela só pode existir se devidamente assentada na lei e na moral, ela não sobrevive se não houver Ordem e não tem futuro se não houver Progresso.
     Os direitos do cidadão e do homem não é Verde, Amarelo, Branco ou Negro é um arco iris sem extremos esmaecidos e a justiça existe exatamente para que todas estas cores brilhem sempre que for necessário, não existe direito sem o cumprimento de obrigações, ambos formam uma parelha indivisível, inseparável, inalienável, incondicional.
    O comunismo está fundamentado nas desigualdades físicas e sociais, contraditoriamente, tem como objetivo a igualdade de todos e por todo o planeta, mas enfim, o que vem a ser a igualdade?
Eugene Delacroix's Liberty Leading the People
     Para responder a esta pergunta voltei-me para a minha biblioteca, tomei o texto de um discurso escrito em 1920, lido pelo professor Reinaldo Porchat na faculdade de Direito do Largo São Francisco cuja atualidade é sem dúvida impressionante e transcrevi a resposta almejada na sequência:
     “… A parte da natureza varia ao infinito. Não há, no universo, duas coisas iguais. Muitas se parecem umas às outras. Mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as gotas do mesmo fluido, os argueiros do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar. Tudo assim, desde os astros, no céu, até os micróbios no sangue, desde as nebulosas nos espaço, até aos aljôfares do rocio na relva dos prados.
     A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo, não dar a cada um, na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos, como se todos se equivalessem.
     Esta blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome dos direitos do trabalho; e, executada, não faria senão inaugurar, em vez da supremacia do trabalho, a organização da miséria.
     Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho.
     Os portentos, de que esta força é capaz, ninguém os calcula. Suas vitórias na reconstituição da criatura mal dotada só se comparam às da oração....”
     Oração aos Moços - Ruy Barbosa de Oliveira (1849 – 1923), Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, professor, tradutor e orador brasileiro.
     Este discurso deveria ser leitura obrigatória em todos os níveis escolares deste meu Brasil
    Um dia, se a sociedade de uma vez por todas execrar de si mesma estes Vândalos dos direitos e deveres humanos, estes Átilas da moral e da ordem, estes “Tranca Ruas” do progresso e do futuro da humanidade, nós realmente seremos cultos, livres e iguais à vista de todos os homens e de Deus.

     “O Brasil é vivo, Deus salve o Brasil!”

São Paulo, 11 de Março de 2014
Mkmouse


sábado, 8 de março de 2014

Agora? - Agora é o Livro (1870)



Réquiem para um bom livro

Ainda batendo, e na mesma tecla
Sem no entanto vestir a certa beca
De um imortal, escritor ou poeta.
Outra vez mais, este Rato vos marreta

A cabeça, o encéfalo a vista,
Não com, do deus Thor, o martelo imortal,
Mas com um livro e uma simples pista.
Mostro-vos da cultura, o rumo, portal.

Este soneto petrarquiano mostra
A escrita deste país na contramão;
O erudito a fechar-se em ostra;

O sábio, sua luz, dentro do barril;
E justiça cega, com espada na mão.
A pena já não mais é um belo buril.


Mkmouse


..."Tudo marcha!... Ó grande Deus!...







São Paulo, SP, 08 de Março de 2014

Mkmouse



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

E Agora Zé?


Prólogo
      Como este ano de 2014 promete muitas festas sociais no Brasil, e estas provavelmente terão “muito pouco pão (cachaça pra dar com páu em todos os estádios e arredores) e muito, mais muito circo mesmo”, resolvi antecipar-me e montar o meu picadeiro próprio e virtual neste meu blog.


     Com isso antecipo-me ao carnaval de 2014, aos escândalos políticos que antecederão as festas juninas, ao carnaval da FIFA que dará o embasamento necessário aos vitoriosos das eleições deste ano; antecipo-me á semana da pátria, pátria esta que por sinal ninguém tá nem aí para ela mesmo (só os estrangeiros), antecipo-me às eleições de 2014 que é a apoteose máxima da demoniocracia política do Brasil.
      Antecipo-me também ao dia das crianças, ao dia de ação de graças...???

      Pera aí...
      Isso não é aqui não, é la nos EUA, esquece.
     Por fim antecipo-me ao natal, ao ano novo e à posse dos felizes e saltitantes vitoriosos das eleições de 2014, onde certamente o PT ganhará com maioria esmagadora dos votos por todo este país das maravilhas, para a felicidade de todas as Alices brasilianas e contrariando todas as expectativas dos mais honestos “IBOPES” da vida e do mundo.
      Em assim sendo torno público o poema abaixo, de minha lavra é claro.
     Para tanto escudei-me em (não menos que) Carlos Drumond de Andrade, ora essa!

E Agora Zé?

A festa está começando,
o povo está chegando.
Nem raiou o dia ainda,
mas você está na berlinda.

Você, um número somente,
só um bilhete, um acento,
apenas um copo de pinga,
corpo vazio, uma ginga.

Um Zé ninguém que de repente,
do nada, pisa no cimento,
sem méritos, conhecimentos;
com causa, mas sem nascimento.

Vazio a zombar de todos,
de versos és só um engodo,
a viver pensando que ama;
protestar; sabes só na lama!

Um homem sozinho sem mulher,
sem condições, sem um discurso,
sem carinho, com uma colher
e um prato fundo sem uso.

Já não mais deveria beber.
Já não mais deveria fumar.
Cuspir então nem sequer pensar.
Alguém que só virtual, é ser.

O dia chegou, então passou.
A noite chegou e esfriou.
A noite passou barulhenta
mas o frio não foi, encrenca,
O dia não veio, ficou,
A condução não chegou, parou.
O riso perdeu-se, no veio;
do meio da urbe sem nome,
a utopia é, não veio.
E tudo acabou insone.
Todos sumiram, deram no pé.
Tudo mofou, morreu sem nome.

O que vai fazer agora, Zé?
Com sua palavra vazia.
Com o seu instante de banzé
se livros, só lhe dão azia.

Com a guia enforcadora;
sua palavra, ouro, mente.
Incoerente, fez da hora,
completa e inconsequente,

O seu terno era de vidro.
O seu ódio incontido
Com uma pobre chave na mão
quer abrir o futuro então,

Mas não existe esta porta.
Quer morrer no mar ou na horta;
que plantou, mas o seu mar secou,
a sua horta foi-se, mingou.

Quer então fugir; ir pra casa.
Mas casa não há mais para ir.
pois casa é de todos, asas;
e agora Zé, qual o porvir?

Se gritasse quando em tempo.
Se gemesse quando em tempo.
Se você tocasse a valsa,
e não de Cuba uma salsa;
cantando como é correto,
você iria dormir em paz
como deveria ser, assaz;
Talvez morresse, então certo.

Mas você não vive, nem viveu,
você não morre, vive morto.
O Tártaro é seu, Briareu!
Você é duro Zé, é torto!

Seu fim é só e no escuro
qual bicho-do-mato, sem porvir
sem teogonia, futuro.
Sem parede nua, só grades
para se encostar e ouvir.
Sem cavalo branco, em pares,
que fujam a trotar, a zunir,
você apenas marcha a pé!
Marcha para o seu fim, Zé!


São Paulo, SP, 20 de fevereiro de 2014
Mkmouse

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