sábado, 7 de março de 2009

Títeres a Titerear




Oi!





...Por onde eu andava?

Poi aí a fora, nós somos assim mesmo, temos que nos movimentar se quisermos continuar vivos.

...Não, não!

Ninguém gosta de nós em Escolas de Samba, nós não damos lucros, muito pelo contrário.

Eu pessoalmente não gosto desta época ela deixa a minha casa muito suja, onde quer que ela passe.

... Ah!

Quem gosta são as Ratazanas e assim mesmo não são todas não, só algumas e elas ganham muito, mais muito mesmo, pode acreditar.

E elas são tão poderosas que fazem o mundo girar de conformidade com as suas vontades!

...Nomear-las!!!

Você esta ficando biruta?!

Podemos “dar nomes ao bois”, mas não às Ratazanas, o estrondoso sucesso delas está exatamente no anonimato.

Aliás só conseguem este sucesso total graças à ignorância geral, inclusive dos “bois”, estas Ratazanas são as criaturas mais instruídas e menos morais do universo: criaturinhas insofismáveis estas!

...Ah, sim...

Não, não são todas é claro!

Se assim o fosse elas seriam como nós, os ratos, perfeitamente visíveis e palpáveis!

Esta é a grande sacada, elas vivem no seio da sociedade, são as mais defendidas, gozam de todos os direitos imagináveis e são, pela própria sociedade de que se nutrem, desobrigadas de qualquer obrigação que possa por ventura advir de alguns dos seus inumeráveis direitos ou privilégios.

...É só procurar alguém com estas características!?










Você não entendeu nada pelo que vejo.

Isso não se dá nunca em público, nem mesmo nos bastidores da vida!

Estes eventos ocorrem em lugares ignotos e em horários apropriados além do que absolutamente invisíveis por sua inocência e disfarça-tez, aos olhos da lei dos homens que por sinal, além de cega ainda usa uma espada de dois cumes.

São nestes lugares, ingênuos e inocentes, que as consciências são compradas e vidas em seu maior explendor, senão antes, são extirpadas pela raiz antes de poderem atrapalhar mesmo que de leve a vida de alguma destas poucas mas felizes, inocentes e discretas Ratazanas.

...Mas elas nem mesmo existem, na humana realidade!!!

No entanto são elas que puxam os cordéis, que manipulam os “bois” e que se apropria da ordenha das “vacas”, que por sinal só é efetivada a seu mando.

Mamam tanto e debaixo do aplauso popular, que chegam a matar os bezerros de fome e isso com a aquiescência da própria “vaca”!

Mas, ai de nós os ratos, se tentarmos sequer chegar perto desta orgia completa geral e irrestrita para apanharmos algumas migalhas, das muitas que caem da mesa neste farto banquete!

Toda a sociedade, sem exceção, cairá sobre o infeliz mamífero com a velocidade de um raio e no frenesi, insuflado habilmente pelos “bois”, exaltarão a justiça, a lei e todos os direitos humanos com isso esquecendo, mais uma vez, a imensa fome e a inimaginável miséria em que vivem diuturnamente.

...É...

São criminosos todos os que ousam apanhar miseráveis migalhas deste nababesco festim mas, se for um “boi” que aceite bem a canga e o ferrão, não sofrerá o rigor e a dureza da lei pois, para ele é que existe a “lei”.

As migalhas nada mais são que iscas discreta e deliberadamente atiradas, deixadas na direção, no caminho da caça, do bode expiatório, é o Circus Maximus.

Sabe...

Acho que nada mudou, tudo apenas se transformou.

Quem era escavo em Roma, continua de Roma escravo!

Antes a chibata, nas mãos do feitor, tocava e lacerava apenas o corpo fustigando o espírito, hoje a mesma chibata autoflagela, muito mais o espirito que o corpo.

Antes a criatura recebia o flagelo de graça e por nada, hoje, paga para isso e normalmente com tudo o que possa ter com isso, “enxugou-se os custos do Circus Maximus”.

O feitor, que foi despedido por falta de mercado de trabalho, além de ser agora um desempregado é também, tido e havido como a vítima de uma sociedade malvada e que por isso vive e sem nenhum escrúpulo ou culpa, do subsídio público e não de Roma.

Para esconder a abjeta condição em que a espécie sujeita às Ratazanas se encontra existe a manipulação da notícia, a escolha de um bode expiatório, a bola da vez a ser exposta em toda a sua miserável e execrável nudez na arena de um moderno Coliseu.

É ali, no moderno Coliseu, que estas miseráveis e tristes criaturas se alimentam no festim macabro, de uma desgraça que neste estágio já não mais é celular, restrita, é pública, é literalmente pública em toda a sua extensão e grandiosidade!

Abocanham estas infelizes criaturas, nacos gigantescos de ignorância e os devoram vorazmente para saciar a sua própria fome de ignorância e no auge de um frenesi apocalíptico de completa insanidade, há quem suba na arena, no palanque e, em tal famigerado patíbulo, desnuda-se, mostrando toda a sua baixeza moral e intelectual em um simples rasgo de prazer a um público que agora, hipnotizado pelo consiliabólico momento, goza o prazer de um “exctasy” coletivo.

...

Eu vos afirmo, a ignorância é insaciável mas o conhecimento não.

A ignorância leva ao desespero, à perdição, mata; mas o conhecimento, este leva à razão ao caminho certo, à solução e à vida.

A ignorância escraviza a massa e enriquece apenas as minorias que a impõe como status quo; o conhecimento ao contrário liberta e enriquece a todos, que o venha a procurar, indiscriminadamente.

É por isso que o culto á ignorância é estimulado pelos governantes para as massas, eleitores, trabalhadores e felizes consumidores, estes não tem nenhuma utilidade a não ser dar poder e lucro até mesmo na morte, posto que esta predadora a massa ronda incessantemente!

Os órgãos públicos destinados ao saber, ao conhecimento, não são nada mais que um repositório de párias que se contentam com ignominias e atitudes abjetas, quando não ilegais, tudo em nome do novo, da moda, do poder, do mais absoluto nada o que sempre leva a lugar nenhum e quando estão a fazer algo de ofício, nada mais fazem senão um discurso interminável sobre o “sexo dos anjos” e na maioria das vezes não por falta de conhecimento, mas de vergonha, de honra e em todos os casos por excesso de covardia e uma questão de caráter.

São títeres a titerear o conhecimento, cegos a guiar cegos

Mkmouse

Um amigo do Pingüim