sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Rato da Criação e a Criatura



Você é um Homem ou um Rato?

Tá aí uma pergunta difícil de responder...

E que já não teve de ouvi-la né?

Mas o caso gira em torno da definição do que é um Homem e do que é um Rato!

Bom, para começar ambos são criaturas e a pergunta, quanto é formulada, é quase sempre no sentido de que o perguntado está pensando em escapar de alguma coisa que não lhe agrada e o perguntador não está com vontade de permitir isso.

O motivo deste conflito de interesses não vem ao caso, posto que certamente não é bom para a parte arguida e se esta não segurar o “pepino” o perguntador vai de uma maneira ou de outra acabar segurando o que ele sabe que não é bom; ou seja, o motivo via de regra não é bom para ninguém e só vai ser melhor para um dos envolvidos se algum outro for constrangido a ser “corajoso” e não ser um “Rato covarde”.

A questão está não na igualdade mas nas diferenças.

Existem muitos tipos de ratos desde o rato mais comum e natural como o rato dos campos, das pradarias, dos desertos e das florestas, à ratazana que é uma espécie subsidiada pelo homem e que só pode existir em seu meio.

A ratazana está para o rato verdadeiro, assim como o político está para o seu eleitor; os ratos certamente sobreviverão à extinção do homem mas as ratazanas não poderão sobreviver sem o lixo humano.

O Rato, como tudo o que foi criado pela natureza, tem em seu contexto uma função natural; já a ratazana é a mutação de uma criatura natural feita pela espécie humana e não é um provável salto evolucionário, ou involutivo, da espécie feita pela nossa mãe natureza.

A função do Rato na natureza é a mesma da engrenagem em uma máquina, mas a igualdade termina aí; a engrenagem de uma máquina fará o seu papel no contexto da máquina que faz parte, enquanto quem cuida da máquina, dela cuidar condizentemente mas o Rato, só poderá fazer o mesmo se cuidar de si mesmo, da sua espécie e dentro dos parâmetros que a criação determinou.

O Rato comum, onde quer que viva, tenha o nome que tiver, só poderá fazer o seu serviço na trama da natureza se conseguir sobreviver no universo onde vive e o universo da criação é extremamente hostil à vida, seja ela qual for, ele não faz distinção entre a vida de uma estrela ou a de um simples Rato em sua hostilidade.

Se você não tem tempo para fazer qualquer outra coisa que não seja a sobrevivência sua, bem como os seus, você e os seus são Ratos verdadeiros.

Se você acha que sobreviver é só trabalhar, é comer, é beber, é possuir algo ou ainda descansar com segurança na velhice, você não é um Rato.
A sobrevivência é algo tão complexo que só um Rato pode entender, não basta estar vivo, gordo, rico e saudável no dia seguinte; é necessário muito mais que isso e é por isso que existem as ratazanas.

Já ouviram o dito “Sapo de fora não Chia.”?

É por isso que se vocês encontrarem um Rato verdadeiro no lixo é porque ele está morto mas se não for este o caso, tenha certeza que as ratazanas de plantão no lixão o matarão com uma rapidez alucinante, Ratos verdadeiros não conseguem sobreviver na imundície, no lixo, e principalmente na (ou da) ignorância mas as ratazanas conseguem, no entanto, estariam todas mortas quase que instantaneamente se viessem a sair de seu habitat natural e principalmente, se as sombras protetoras da ignorância viesse a desaparecer e a luz da cultura, do conhecimento sadio aparecesse para por as claras e a todos a podridão em que vivem.

Em toda a criação só o homem consegue criar lixo e no lixo criar homens; só o homem consegue sobreviver “confortavelmente” em meio à própria torpeza ou achar correto a vilania, a imoralidade e o desprezo a tudo que não seja ele mesmo dos membros de sua espécie; só o homem “e em toda a sua grandeza” consegue comer com sofreguidão os frutos da ignorância massificante, coletiva, que impôs aos membros menos afortunados da própria espécie.

Só o homem consegue ser e ver beleza na política imunda e desprezível que pratica; só o homem consegue ser mais desprezível e inútil que a política que tanto ama e pratica.

Nós, os Ratos, vivemos em um mundo onde vivem homens que comercializam a vida, vendem a honra, difamam o conhecimento e ridicularizam as verdadeiras belezas da criação, escravizam os semelhantes, os mais fracos e matam pais, mães e irmãos por menos que uma dose de cachaça barata no obscuro e sujo bordel das suas inúteis vidas.

Homens da Terra, acautelai-vos!

O Universo não admite erros e vós outros já há muito os vem cometendo, a extinção ou a escravidão vos espera ao fim desta jornada.

São Paulo, 23 de Novembro de 2012

Mkmouse