quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vai Pensamento, Vai...

Como as férias escolares chega ao fim (só para alguns) resolvi começar esta segunda metade do ano de 2010 com um pouco de cultura, aproveito para mudar o visual já que no mês que vem, Um Rato No Meio Do Mundo faz dois anos de existência.
Foi no olha aqui, vê ali, pega esse, troca por aquele e pensa naquilo que então optei por isto:

O festival de St. Margarethen em Burgenland na Áustria.

No ano da graça de 2000, na pedreira romana de St. Margaret, foi apresentada ao ar livre a opera Nabucco de Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (10/10/1813 a 27/01/1901), o qual foi um compositor do período romântico italiano sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner o era na Alemanha.

Nabucco é uma ópera em quatro atos, cada qual contendo um subtítulo e uma breve citação ou paráfrase do Livro de Jeremias e conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia, ela tornou-se célebre por inflamar o sentimento nacionalista italiano quando foi composta, o que aconteceu durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália.
Verdi tinha 29 anos em 1842 quando compôs a sua terceira ópera, Nabucco.
Então vamos aos detalhes.

Burgenland (na sua forma aportuguesada) é um dos nove estados da Áustria, localizado ao leste do país. Estende-se por 166 km de norte a sul, porém de leste a oeste tem apenas 5 km em Sieggraben. Seus limítrofes são a Baixa Áustria a norte e a Estíria a oeste, e tem fronteiras com a Eslováquia a nordeste, a Hungria a leste e a Croácia ao sul. Com uma área de 3.966 km² (terceiro menor Estado) é ocupado por 277.569 habitantes, o que o torna o menos populoso e o lar de importantes minorias croatas (29 a 45 mil) e magiares (5 a 15 mil).

A sua capital é Eisenstadt com onze mil habitantes.






A cidade de St. Margarethen tem 14,56 Km2 e tinha 1039 habitantes em 31/12/2005.

Em julho de 2007, sob a regência do maestro Ernst Märzendorfer houve uma nova apresentação desta ópera no mesmo festival, contando no elenco com Igor Morosow, Bruno Ribeiro, Simon Yang, Gabriella Morigi, Elisabeth Kulman & Janusz Monarcha, com orquestra e coro da Europasymphony.

Na apresentação do ano 2000 há algumas características que eu considerei dignas de nota, como a orquestra, o coro e os efeitos de iluminação no cenário.

Esta apresentação foi uma produção de Wolfgang Werner, acompanhada pela Orquestra Junge Philharmonie Wien, regida por Gianfranco de Bosio.
A orquestra elite júnior de Viena combina os melhores músicos austríacos jovens com idades entre 15-25 anos com um repertório amplo, flexível e internacional que varia de Bach ao contemporâneo, do jazz à ópera.

Orquestra Junge Philharmonie Wien, www.jungephilharmonie.at/

O Honvéd Coro Masculino foi fundado em 1949 em Budapeste é o único coro profissional do sexo masculino na Europa e é uma curiosidade quase em em todo o mundo.

O conjunto que trabalha atualmente com 44 cantores e é elevado ao topo do coro europeu pela sua abertura artística, pela dedicação à educação de talentos e o alto padrão profissional.


Recortei da ópera, no 3º Ato, Cena V o Canto coral Vá Pensiero; consegui a letra em italiano de Temistocle Solera e uma tradução para o português, sincronizei então a legenda em dois idiomas.

A letra em Italiano diz: O simile di Sòlima ai fati, a tradução que consegui e a maioria das que eu já li em português e espanhol diz: Lembra-nos o destino de Jerusalém, o que é incorreto pois o texto diz: Lembra-nos o destino de Suleiman, e é ai que pode começar uma confusão visto que este nome refere-se com certeza a Salomão (e o Templo de Salomão) cujo reinado em Jerusalém foi de 971 a 931 AC ou seja, quase 400 anos antes de Nabucodonosor II destruir o templo de Jerusalém (587 AC) e não ao outro Suleiman “o Magnifico” em cujo reinado (1520 a1566 DC) o Império Otomano se converteu em um centro econômico, político e cultural do médio oriente.

Pouco menos de 100 anos antes de Suleiman o Magnífico, o sultão Maomé II (1453), conquistava a capital bizantina (Constantinopla) para o império otomano, com isso terminava o império romano do oriente e morria o seu último imperador, Constantino XI, este fato é considerado o marco final de um período histórico conhecido como idade média; o império otomano teve como capital a cidade de Constantinopla até a sua dissolução em 1922, em 1930 Constantinopla passou a ser chamada de Istambul e é a capital da República Turca.

O imperador Constâncio, filho de Constantino o Grande, construiu em Constantinopla uma igreja para ser a sede da cristandade mas ela foi destruída em 532 durante a revolta de Nika. Foi o imperador justiniano I quem a reconstruiu em sua forma atual entre os anos de 532 e 537, esta construção é considerada um exemplo da arquitetura bizantina e portanto uma obra de arte, o tamanho e a grandiosidade da construção legou-nos a lenda de que Justiniano I ao vê-la completa tivesse dito: Νενίκηκά σε Σολομών ("Salomão, eu te superei!").

Com o início do domínio otomano passou a ser uma mesquita, o que o foi por quase 500 anos, neste período todos os seus mosaicos foram cobertos cumprindo assim a lei islâmicas, em especial as que tratam sobre o pecado da idolatria, com o fim do império otomano deixou-se de realizar cultos nesta mesquita e a então já famosa “Mesquita Azul”, foi transformada em um museu pelo governo turco.
A basílica de Santa Sofia só foi superada depois do final da idade média com a construção da atual basílica de São Pedro (só terminada em 1614 com a sua conhecida fachada) no estado do Vaticano, ela foi erguida sobre a basílica existente em 1450. A construção da Basílica de São Pedro, em Roma, data dos anos de 326 a 333 e foi construída por ordem do imperador Constantino.

Antiga - 1450


atual

Em vista disso chegamos a um ponto crucial, a religião...



Vai Pensamento, vai!!!




As três maiores religiões monoteístas do planeta são: Judaísmo, Islamismo e Cristianismo.

No entanto estes povos não são os primeiros a se identificarem com um único Deus, esta crença é mais antiga e já havia inclusive influenciado o destino do velho Egito em tempos mais remotos, até mesmo os povos do oriente partiram deste princípio para gerar o seu antigo mundo politeísta.

Não levando em conta o radicalismo religioso, ou ainda as variantes criadas em cada um dos três polos religiosos, a essência as religiões monoteístas muito pouco divergem entre si, o que é um fato curioso, pois todas as três partem de um princípio comum e igual.

A cultura judaica parte do princípio que (יהוה) YHVH (jeová) é Deus e vivem sob a orientação da lei mosaica, o seu livro sagrado é a Torá (תורה).
A cultura Islâmica parte do princípio que Allah (que seu nome seja louvado) é Deus e que Maomé é seu profeta, a lei a ser seguida e os princípios morais dos muçulmanos estão contidos no Alcorão e é considerado um pecado gravíssimo modificar, cortar, excluir ou adicionar as palavras do Alcorão (o que vale para o Judaísmo e o Cristianismo), bem como é considerado pecado (todo pecado no mundo muçulmano é grave) vender este livro.

Nome de Allāh na caligrafia árabe,

feita no século XVII pelo artista otomano, Hâfız Osman.


A cultura Cristã parte do principio que Deus (O mesmo do judaísmo e do Islamismo) é uma trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) e que Jesus de Nazaré é o filho de Deus e salvador da humanidade (o messias do judaísmo), o seu livro sagrado é a Bíblia Romana que é composta por dois conjuntos de livros, um no antigo testamento e outro no novo testamento.
Eu não sou um entendido em assuntos religiosos, mas a essência de tudo certamente foi captada nos parágrafos anteriores sobre o assunto.
Por fim, voltamos de novo ao tema...
Uma última curiosidade na apresentação são os feixes de luzes verdes que aparecem no decorrer da apresentação do canto coral que como o texto (coerente com o tema da ópera) sugere é um lamento de prisioneiros de guerra por isso as luzes verdes simbolizam as grades, os limites da prisão (minado?) e a luz das torres de vigia, resquícios do início e meados século XX!

A tradução para o português que li não foi do meu agrado por isso a alterei para que, da forma como entendo, ficasse mais perto do tema cantado.

O libreto completo da ópera pode ser encontrado no site:-

http://opera.stanford.edu/Verdi/Nabucco/libretto.html

A apresentação abaixo é um vídeo em avi de 46,6 Mb com a duração de 4 minutos.





Bom divertimento!




terça-feira, 6 de julho de 2010

O Parasitismo


Enquanto vou roendo os problemas do dia a dia, saboreando as guloseimas que a vida me oferece e contornando as pedras, obstáculos do meu caminho, vou pensando no que vejo, ouço, leio e sinto.




O burburinho alucinante de imagens, sons e sensações por que passamos acabam por desencadear em nós uma torrente de emoções cuja diversidade de sentimentos e reações pode chegar a ser inimaginável.


Na maioria das vezes, criaturas obstinadas permanecem um tempo indefinidamente longo procurando por soluções para questões com apenas uma ou duas soluções possíveis isso, quando não ficam agarradas a problemas, como se fossem eles as únicas tábuas de salvação para um náufrago, por um tempo tão longo que sem exagero pode chegar às raias do infinito.

Tais obstinadas criaturas, quando não se perdem por um labirinto de soluções quase todas só viáveis dentro da escura cegueira de seu olhar, dedicam-se à contemplação interminável, infinita, da questão a qual se tornaria absurda se vista à luz de uma singela vela, enquanto isso o tempo passa incontinente à criatura, quando não se faz findo neste ínterim.

É...

Temos um tempo para resolvermos os nossos problemas e ele não é infinito, é no máximo igual ao tempo de nossa vida útil.

Isto nos leva a uma questão secundaria mas sumamente relevante, o tempo. (o que por sinal desde há muito ninguém sabe às quanta anda).

Não vos falo aqui do tempo climático, circunstancial, pertinente a micro sistemas ou não e sim do Tique-taque que convencionou-se designar como o espaço entre um evento temporal e outro na linha evolutiva de cada coisa que existe.


Agora veja a contradição que este espaço, via de regra, trás consigo.

A ciência hoje, como ontem, prova que o conhecimento humano do ontem estava errado e no hoje diz o que é certo, com isso comete um um erro que será corrigido pela ciência do amanhã.

E por aí vai, o que nos trás de volta ao tema principal...

Hoje nós sabemos que a Terra não é o centro do Universo como era do conhecimento geral ontem, mas antagonicamente à verdade científica, comprovada, do que é a Terra hoje alem de nossa condução e casa, o Homem não se convenceu ainda disto e continua não só achando-se o “Centro do Universo” como, e também, agindo como se fosse o "Dono Inquestionável de Tudo"!

E como eu sei disso?

Pela potencialização infinita da importância que o homem dá a si mesmo em detrimento do que mais possa existir ou rodeá-lo.

Para o Homem uma pedra é nada além de uma simples pedra, o Homem é superior a ela pois é o Homem mais evoluído que ela, no que até tem rasão quando se trata da cadeia alimentar; nesta ele está no topo e as pedras nem mesmo fazem parte deste esquema evolutivo, elas são minerais! (pelo menos segundo a definição ditada pelo Homem)

No entanto este bípede implume há por seu bem próprio esquecer a lembrança de que não fosse a pedra esta espécie fraca e mal ambientada nem mesmo existiria na face deste planeta.

Alias se não fosse a proteção ativa, natural e incondicional desta esfera azul e “inanimada”, a vida como é conhecida nem mesmo existiria; o universo para a vida como conhecemos é de uma hostilidade que transcende e em muito o imaginável.

Até entendo a conveniência ao ego humano destes esquecimentos.

Quando o homem relega a pedra à condição da insignificância pura, esquece-se que não poderia sobreviver neste planeta sem ela e isso ainda nos dias de hoje.

É a Terra que deu à pedra e ao homem os componentes básicos de suas estruturas o que dela também é a parte primordial, não fez nesta doação diferença alguma entre a estrutura da pedra e da estrutura do homem salvo por pequenos arranjos nos padrões atômicos e nos arranjos subsequentes a estes que não só nos compõe, como é comum a ambos e a tudo o mais que é originário deste planeta..





Ambos os dois, homem e pedra, tem a mesma origem e a mesma forma em sua essência que a Terra; não são nada alem de núcleos atômicos rodeados a uma distância quase infinita por eléctrons e os conjuntos estes, espaçados entre si por distâncias ainda maiores.





Se fosse possível juntar toda esta “massa primordial” da Terra e tudo o que ela carrega consigo, todos estes átomos uns colados aos outros produziria um volume que talvez venha a encher um tabor de duzentos litros

E sabe como seriam as coisas dentro deste tambor?

Haveria uma miríade de núcleos atômicos que beira o incontável, constituídos de Quarks ainda menores, acompanhados de uma maior infinidade ainda de elétrons agora quase imóveis unidos uns aos outros, todos juntos, comprimidos ao máximo mas sem a perda da individualidade de cada elemento.

Se mais compridos fossem ainda, além de perder a identidade, se transformariam em um punhado de nêutrons, todos iguais entre si e ocupando um espaço ainda menor que na forma anterior.

Todos iguais entre si, seria o mais perfeito dos socialismos!



...


Por ventura o que torna o homem melhor que a pedra é a forma final e externa?

Pois a primordial e interna só se difere pelo arranjo físico e posicional no conjunto do qual é parte em relação aos outros conjuntos de núcleos e seus eléctrons; o conjunto homem é composto por uma miríade de elementos, uma impressionantemente heterogeneidade, no conjunto pedra é a fantástica homogeneidade que prevalece.

Como o homem pode ser melhor que a pedra se vive tentando ser igual a ela?

O homem não consegue ser sensato com sigo mesmo e menos o é ainda com a própria vida!


- Há!!!

Dir-me-ia alguém agora.

- O homem tem alma, espírito, (divina em alguns casos mui particulares de riqueza seja ela qual for) é uma criatura animada, viva e a pedra não tem vida além de nada dito do homem mais possuir!

Em assim sendo, a coisa fica pior ainda.

Em sendo homem e pedra primordialmente a mesma coisa com a mesma origem mas mesmo assim sendo o homem tão diferente da pedra é por que certamente o homem, a sua essência, é (ou são) estranho(s) a este planeta, um alienígena a usar, para aqui sobreviver, uma estrutura que não lhe pertence por natureza visto que certamente não é deste mundo.

O Homem é um E.T. que parasita a essência de uma pedra para sobreviver e ainda se acha melhor que ela!

...

Sabe, este rato não sabe o que é pior para o ego humano:

Não ser o centro do Universo e ser apenas mais um evento no contexto do todo Universal cujo propósito, cuja causa ou destino nos escapa hoje ao conhecimento ou, ser algo indefinível que para sobreviver como individualidade tem que imaginar-se o centro deste Universo e ainda precisa parasitar algo que nele existe, já que a simbiose me parece descartada definitivamente.

É...

A segunda opção me parece mais condizente com a ignorância abissal e o astronômico ego do homem.

É, neste momento que os sábios da Terra questionariam:

- Mas que sabe este simples roedor, da vida dos homens e de suas necessidades?!

- Afinal de contas, que autoridade tem este miserável mamífero para sequer pensar que pode pensar?

- Que títulos tem, esta ilustre insignificância, que o faz melhor que os PhDs, Doutores, Cientistas e demais Autoridades Devida e Legalmente Constituídas pela Sociedade para se expressar sobre a grandeza da espécie humana?

- Qual a sua Linhagem Social, Familiar; por ventura descende esta criatura de alguma longeva e (ou) importante família cujo peso e poder o faz suficiente para assim se expressar?


È...

Eu não sei nada da vida e menos ainda da vida dos homens.

É realmente, eu não tenho o conhecimento necessário sobre este assunto talvez, com alguma sorte, venha a ser eu um ignoto desbravador nesta área.

Títulos então, a não ser o de “vagabundo” dado por um presidente em algum lugar no passado, eu não tenho nenhum outro e este meu único, ainda o compartilho com muitas outras criaturas, algumas delas até mais desafortunada que este eu.

E por fim o meu pedigree, este sim nada tem de emocionante, exclusivo ou incomum à mais de noventa por cento da espécie.



...

É...

É definitivo!!!

Pelos parâmetros da “grandeza humana” eu sou um afortunado só por existir e ainda ter o bônus de fazer parte da espécie dominante do planeta.

Mas pelos parâmetros do Universo eu sou parte dele, eu compartilho com ele o seu destino e o seu tempo, a minha essência é comum à dele na sua infinitude e na sua pluralidade, eu existo porque o Universo existe, eu preciso dele para existir e quando ele se for, com ele irei também.

Esta é a minha autoridade:

A certeza intrínseca de que eu sou, como as estrelas o são, apenas um produto de estrelas outras nem um pouco diferente de tudo o que existe e possa ser imaginado existir, carrego comigo como tudo o mais que existe o Alfa, os meios e o Ômega da criação além de saber que não estou, nunca estive e nem estarei, sozinho neste Universo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Banquete







Quero lhes apresentar um amigo meu:









A vida pode ser muito dura para certas criaturas (mesmo no mundo da fantasia), por isso ele adorou a ideia minha...











E de pronto aceitou o convite!





O mundo da fantasia é separado do mundo da realidade por apenas um fiapo de imaginação.

Não é incomum haver mais verdades no mundo da fantasia do que as que podem serem vistas no mundo real, mais realidades no mundo da fantasia do que na realidade fantástica do cotidiano.

Meu amigo Coyote não corre atras do Papa-Léguas porque está com fome (este bípede emplumado nem mesmo é parte integrante de seu cardápio habitual) e se assim o fosse pelo tempo que corre atras da refeição sem nada comer já estaria morto de fome mesmo sendo apenas um desenho.

Ele isso faz para divertir-nos mas não apenas, pois é um contundente exemplo da fome por consumo desenfreado, é o maior cliente da ACME (se não estou enganado) e a ACME tudo faz inclusive as mais diversas comidas, o que estranhamente ele não pede ou compra.

A diferença mais gritante do Coyote da ficção para o Coiote da realidade esta no fato que o primeiro é uma criação humana um empregado, um representador e vendedor e o segundo, o não ficcional, é uma criação da natureza, uma espécie animal ainda não extinta só porque não tem como prioridade o gosto por Papa-léguas e nem sequer sabe o que é consumismo.

Em vista disso no banquete de hoje falaremos da vida.


Viver era uma arte simples e fácil de se executar e isso em um tempo ainda não muito distante.



Tempos românticos aqueles.

Pasmem, naquela época aparentemente o crime não compensava e não era bem visto em lugar nenhum, a lei (pasmem de novo) era respeitada e os direitos humanos era em primeiro lugar para aqueles que estavam dentro dos parâmetros da lei (as vítimas) e não sei se posso dizer o mesmo nos dias de hoje; no entanto, posso afirmar que certamente havia um sentimento de honra e lealdade (mesmo entre inimigos declarados) que hoje mui raramente sequer ouço falar e quando ouço é à boca pequena(1) como se tais sentimentos fosse o mais hediondo dos crimes da modernidade.

Mas como nem só de lealdade, honestidade e retidão vivem os homens chegamos aos dias de hoje.


… E as comidas de hoje também, é claro!

Mas antes, é precioso que se diga algo sobre a sociedade moderna em que vivemos.

Esta sociedade tem um Deus único e o seu nome é Lucro, mas pode ser Vantagem ou ainda, Ganho.

Este é um Deus de muitos e alimentado por muitos mas infelizmente, só reconhece uns poucos e raros adoradores nas minorias altamente organizadas as quais ditam as normas e a moda para a grande massa consumidora e fornecedora inconsciente da força que lhes é vital.


Meu amiguinho está com fome, por isso aí vai o menu de hoje:


Entrada:-

Uma faustosa e homérica salada de vergonha na cara acompanhada pelo pão nosso de cada dia feito com o suor do próprio rosto.

Prato principal:-

Honra ao molho de honestidade acompanhada de uma faraônica porção de amor ao próximo.

Sobremesa:-

Manjar de boa vontade em calda de trabalho honesto.



Bebidas:-

Entrada:- Suco do fruto do Trabalho com leite e mel.

Prato principal:- Vinho de Educação safra de 1900.

Sobremesa:- Água Pura de fonte conhecida e idônea em copos com transparência igual ou maior que 100%

Saideira:- Chá de Cultura Clássica com seu histórico completo, adoçado com mel natural e acompanhado com bolinhos de paz recheados de prosperidade.


Recomendação do Maître de Cuisine(2)

Comam e bebam à vontade, até a loucura se quiserem.

[ATENÇÃO:- Não é proibido dirigir depois deste banquete e é até bastante recomendável que se DIRIGA e muito, depois de um lauto banquete destes]

(1)Uma referência à aria do 2º ato “coro à bocca chiusa” da opera em 3 atos de Giacomo Puccini - Madama Buterfly, esta bela opera estreou em 17 de fevereiro de 1904 no teatro Alla Scala de Milão e curiosamente foi um fiasco naquele dia.

(2)Mestre de cozinha em francês.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um Obscuro Vislumbre Do Caos



Estava eu cá, completamente absorto em meu cotidiano buscando um aparato de informática por mim a pouco devidamente arquivado e que no entanto e apesar disto, tinha domicilio incerto ou ignorado; notei então o meu lugar todo limpinho, arrumadinho, ordenado com uma precisão que eu posso dizer perto do obsessivo até mesmo ousar afirmar: a caminho do divino e foi aí que compreendi a minha terrível situação: havia sido eu mesmo que assim o deixara logo não tinha a quem culpar, senão eu mesmo, pelo paradeiro ignorado do artefato!






Naturalmente frustado pela falta de alguém para culpar pelo meu infortúnio, enquanto fazia vans tentativas para me localizar no tempo e no espaço, meditei sobre o tema.








...


E eis que, tive por fim, um obscuro vislumbre do caos!!!



É realmente digno de Deus tamanho altruísmo para com os Humanos, os Humanoides (seja la o que for isso) e os E.T.s (isso eu sei o que é) abster-se da mais completa das perfeições só para que as criaturas pudessem se localizar no tempo e no espaço, para que elas pudessem existir.


Eu, só por ter a minha mesa arrumado com uma pitada de obsessão fiquei à beira de um colapso por me sentir sem referências, imagine só como seria se a mais completa das perfeições estivesse ao meu alcance!

È, me sinto um felizardo porque vivo em universo onde a luz é a exceção e o frio (dos mais mortais) é a regra e onde o caos realmente faz muito sentido; mesmo porque o fato de o universo ser assim para o meu cotidiano cá na Terra não tem a menor importância, não faz a menor diferença.



“Se você esta em Roma, haja como os romanos” e eu estou na Terra, sou uma criação apta a viver na Terra e sobre a terra e não no espaço exterior ou mesmo na atmosfera do planeta e nem abaixo da superfície terrestre, para tais empresas meu corpo precisa de proteção adicional, criada por tecnologias das mais diversas e que na maioria esmagadora das vezes não oferece a devida proteção à criatura que a utiliza.



Não, não sou contra ao homem ir ao espaço exterior ou até mesmo ao espaço profundo, não sou contra a ida do homem às profundezas do oceano ou da crosta terrestre, nem mesmo que procure ver e entender a vasta imensidão do mundo quântico ou sub quântico, cada ato, cada investida em qualquer um destes sentidos trás mais conhecimento e até mesmo sabedoria à criatura o que digo, é que na superfície da Terra temos o nosso habitat natural qualquer outra opção nos deixa nas mãos de máquinas, crias estas de tecnologias advindas do conhecimento e não dotadas da sabedoria que é natural à criação gerada pela mãe natureza.



As criaturas nascem e enquanto vivem, crescem e por fim morrem, esta ordem é seguida no planeta Terra por tudo e por todos e pelo que tudo indica também o é pelas estrelas e seus sistemas, pelas fantásticas galáxias do universo conhecido e todos no seu devido tempo, é por isso que disse que pouco me importa se o universo em que vivo é quente ou frio, é escuridão ou é luz, eu vivo na Terra, sou cria da Terra qualquer outra opção de vida fora deste ambiente me confinará e com o tempo certamente me transformará em algo novo e sinceramente, eu não sei se vou gostar disso.


As vezes eu tenho a nítida impressão que nem mesmo somos “filhos” do planeta Terra dado à fragilidade de nossos corpos mesmo em nosso ambiente natural mais brando, precisamos de roupas para nos proteger das intempéries mais comuns e amenas o que ao meu ver, salvo por questões sociais, deveria ser desnecessário.



“...Olhai os lírios nos campos e os pássaros no céu...”.


...


É agora familiar de novo a minha mesa, assim como era antes do princípio, sei onde tudo está e isso graças ao o bom e velho caos; estou vivo novamente!






Viver é bom mas viver sem sofrimentos é melhor no entanto, muito melhor ainda...


É viver!!!





sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ainda sou Linux






Olha, eu uso o Linux Kubuntu com exclusividade já a um ano e cinco meses.





Fiz esta mudança em função do seguinte pensamento:


"Se é para ter dor de cabeça com as falhas de um programa, (o que é inevitável) que pelo menos eu não tenha que pagar para isso"



Ou seja, se vou ter bugs na porcaria do SO que não tenha eu que pagar para tê-los.



Não me arrependo nem um pouco de ter mudado para o Linux (Kubuntu) e olha que os meus problemas chegam a serem bem grandes às vezes.


Os pontos mais fracos neste sistema está na falta de conhecimento, por parte dos iniciantes em Linux dos comandos para linha de comandos em especial, quem como eu passou pelo DOS tem certa familiaridade mas quem nunca viu uma tela preta cheia de letrinhas e sinais estranhos isso é definitivamente o fim da picada.


Não que isso seja ruim pois as informações podem ser conseguida na internet, a m*@!? é que nos sites de ajuda estão todos mais interessados em propaganda (não explícita) de produtos ou policiando o sistema para saber se as convenções de seus blogs ou fóruns estão sendo cumpridas (à risca) que é quase impossível resolver-se uma dúvida simples como por exemplo (qual o antivírus que melhor funciona, no Linux?), ou, (onde estão os manuais "em português" para os comandos Linux?) mas, se eu (ou você) quiser saber como um celular da marca XXX modelo YYY faz para acessar a ISS lá na estratosfera via Kubuntu pode ter certeza que um monte de “sábios” vão aparecer e responder.


Outra questão está no fato de que as empresas que fabricam os periféricos para computadores estão ca@!&@#do e andando pro Linux e não facilitam em nada os drives de seus produtos para este mundo e para fazer o uso destes periféricos, é preciso uma instalação via de regra tão complexa que até o Hall 9000 teria um segundo colapso neuro binário só de ver o script que precisa ser executado em alguns casos.



Enfim apesar de tudo isso fico com o Linux, pois por mais que eu pense (e tente), não consigo entender a ideia de pagar para ter problemas e depois pagar para obter a correção dos mesmos e a aquisição de novos (e assim ad infinitum), e não me venham com aquela da assistência ao produto pago pois na maioria das vezes os "técnicos" nada sabem do produto ao qual devem dar assistência, uma questão de "Moderna Visão Empresarial” custo+benefício+preguiça+incompetência empresarial+falta de visão administrativa a curto, médio e longo prazo, a única premissa viável para estas bestas é o maior lucro possível no menor tempo concebível e que se dane todos os que não estão na partilha, a grande massa de manobra das multi da informática.


Foram os gênios do pensamento financeiro (os mesmos que levaram os EUA À crise financeira do ano passado) que criaram os princípios que são seguidos pelos Altos Executivos destas Empresas Expertas, o sistema Gersoniano de administração.


O Linux (ou a sua ideia) vai vencer no final, só quem não vê isso fica abraçando causas que tem como finalidade apenas a satisfação dos interesses de uns poucos em detrimento de muitos e apenas por uma satisfação momentânea, literalmente virtual; a própria Microsoft já está ciente disso e adapta-se à ideia, veja só a gratuidade (temporária) do seu novo SO. (depois que você a corrigir, paga para tê-la)


Resumindo, ainda sou Linux e ponto final.


domingo, 4 de abril de 2010

O Vento

Hoje, domingo de páscoa, eu tencionava usar um tema assim como, por exemplo: “O Tempo e o Vento” mas um tal de Érico Veríssimo me antecedeu e o fez com muita maestria no entanto, para não dizer que não “falei de flores”, o farei sobre o vento.


Hã...?


E o tempo?


Este, Gone With the Wind!(1)



***


Pois é, eu tenho vários temas quase que completamente desenvolvidos para ser postado e como não me decidia por nenhum acabei iniciando este na manhã de hoje e deixando que o tempo decida qual será o próximo, mas agora falo das “letras” que, em sendo mortas, à muito o vento carregou para as terras da ignorância onde hoje jazem imortais na mais plena das obscuridades, ofuscadas que foram pela pena de novos e “famosíssimos” escritores de best sellers brasileiros isso quando estes não sobrepujados pela imensa competência, escrita, falada e cantada por todos os meios e sempre em tom mais alto dos “camaradas” internacionais, ou ainda, “camaradas” nacionais com nomes alienígenas ao nosso pátrio vernáculo, verdadeiros “Pedros” antes do cantar do calo.


O que é Best Sellers?


Olha, se não for um estrangeirismo deve ser como os futuros letrados, escritores, escrevem Besta de Cela em inglês clássico no Orkut, no MSN ou no Twiter, como eu não sei falar ou escrever em inglês, nem mesmo os termos técnicos da informática que vivo usando, sugiro ao distinto(a) com avidez de conhecimentos que consulte um dicionario de inglês-português para extinguir essa sofreguidão de saber multinacional.


Um vento distante trás-me ao ouvido a ideia que difícil é ler o que escrevo, meus textos são longos demais e o que se diz não é compreensível.


Meditei sobre o tema ao som de The Sleeping Beauty, Op.66, depois com as Bachianas Brasileiras, na sequencia, Súplica Cearense, Brasileirinho, Rosa e por fim ao término de “A Construção” havia conseguido construir, concluir, algo sobre o assunto.





Eu não sei escrever nada.







É por isso que os meus textos são difíceis de serem lidos, não sei expressar a mais simples das ideias em menos de 125 caracteres e como não posso e não sei ser tão bom assim o que eu escrevo não é entendido e fica mais difícil ainda de ser entendido porque eu uso palavras quando escrevo, eu não aprendi em meu tempo de escola a expressar-me com sinais guturais tão em voga nos dias de hoje.


No meu tempo de escola para se fazer uma música, precisava ser um músico, a menos que se tenha nascido um gênio e eu sei que gênio não é capim como são os de hoje.


No meu tempo de escola a letra de uma música discursava sobre um tema e era perfeita nas normas da prosa e da poesia, não é como hoje onde uma boa letra de musica precisa apenas de letras tão somente, mesmo que ligadas, tais letras não façam o menor sentido para o meu parco e insignificante conhecimento musical


No meu tempo de escola as artes plásticas eram feitas por seres humanos com um talento impar em sua arte, naquela época o homem tentava imitar Deus em suas criações o homem nivelava-se pelo maior valor possível, hoje o homem tenta imitar os animais em suas criações e ao meu ver, o olhar de um miserável rato o homem nivela-se pelo nível mais baixo possível.


No meu tempo de escola escrever era algo que exigia um conhecimento sobre diversos temas e só escrevendo constantemente e principalmente lendo obstinadamente, obsessivamente, seria possível um dia escrever um texto com alguma qualidade, hoje basta que a mídia diga que é bom e a editora fica rica.










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Mas voltando ao tema, o mesmo vento que as folhas mortas carrega vira a página de um livro machadiano ante minha face, corro os olhos no texto e o que vejo e leio me leva à humilhação, os textos de Machado de Assis são de longe infinitamente melhores que os meus e eu consigo entender o que ele escreveu mesmo depois de tanto tempo, tomo nas mãos algo de Luiz de Camões (mais humilhações) mas eu consigo ler e entender (na maioria das vezes) Camões ainda apesar do tempo que nos separa, até William Shakespeare eu consigo entender (depois de traduzido) e olha, o homem é Inglês da gema, mas não consigo entender e às vezes ler o que escreve os novos escritores, me parece que na maioria deles nada mais fazem que juntar palavras aleatoriamente até que a sentença tenha algum sentido e os novos gênios da literatura conseguem juntar sentenças que tenham algum sentido ou ligação entre si, nas artes plásticas eu não consigo diferenciar a arte que é feita por um ser humano da arte feita por um símio e no que diz respeito á música eu mão a consigo a diferenciar de um ruido qualquer que algumas vezes está acompanha grunhidos estapafúrdios, estranhos, que via de regra vem do instinto animal da sobrevivência pelo prazer da procriação.

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Um dia eu aprendo a escrever, talvez neste dia isso já não seja mais necessário, visto que pelo andar da carruagem antes de terminar este século o melhor da música será o som de duas ou mais pedras batendo entre si com o acompanhamento do máximo da voz humana que seguramente não precisará mais de suas cordas vocais, o melhor das artes plasticas será o que alguns gênios conseguira fazer com as mãos entre uma chama e a parede de uma caverna, por fim quanto à literatura ela talvez um dia seja redescoberta de alguma maneira, em algum momento algum dos meus e(ou) seus descendentes vai descobrir que a parede de uma caverna não aceita só a sombra de uma mão.

Como este dia ainda não chegou, eu lamento pelo vento, mas continuo tentando escrever direito, mesmo que seja eu o único neste planeta a agir assim, gastei mais de meio século de minha vida para chegar até aqui e não pretendo mudar, agora que estou na plena adolescência.


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A cultura e o conhecimento estão mortos...


Viva o Rei!









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(1) Gone With the Wind, é o título original do filme de 1939 “E O Vento Levou” com o qual eu faço um trocadilho com o tema do paragrafo e o conteúdo do texto postado.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ratrix – A Máquina Final


Um dia o meu amigo levou-me a sua morada, ao seu tempo, sentia-me como que guiado por um Virgílio.

E la como tudo fora ontem, é hoje e será amanhã, vi o que os olhos não sabem ver, senti o que os sentidos não conseguem sentir, ouviu o que os ouvidos não podem ouvir, mas sabia não estar a viagem em seu início mas ao fim.
Levou-me até sua morada, a qual tinha duas frentes e uma delas olhava para o oceano por sobre uma larga alameda e a outra contemplava a morada à sua esquerda através de jardins e por sobre um rio caudaloso. O fundo de sua morada, estremo oposto ao oceano, estendia-se paralelo ao rio e unia-se a este no horizonte, o fundo oposto a frente esquerda da moradia vi e não sei como descrever.

Tomou-me a mão, meu guia, e levou-me ao alto de sua morada e de lá vi muitas outras moradas a direita daquela que visitava e todas de cima para baixo.

Não havia lugar nas moradas que eu não pudesse ver e quanto mais longe eu olhava mais entendia o que via, todas tinha duas frentes como a de meu amigo, uma das frentes sempre olhava para o mesmo oceano da morada em que eu estava e à esquerda de cada uma havia um rio caudaloso, antecedido por um jardim, alguns rios eram muito rápidos outros tão lentos que pareciam não se moverem e nenhum deles era igual ao outro, todas as moradas acompanhavam o rio que ficava em seu jardim até o horizonte e a última morada, nesta alameda, tinha o número Ꝏ-1.

Voltei o s meus olhos para a morada a esquerda da qual me encontrava e a olhei mas não pude vê-la nem mesmo ver além dela pois era mais alta do que a morada em que eu estava.

Ela me via e me compreendia mas eu via apenas e tão somente a face que para mim estava voltada nada mais e ainda nada do que via tem como ser descrito.

Meu amigo sorria ante a minha impotência em me expressar e para diminuir a pressão que sentia mostrou-me o oceano e me disse que ele era conhecido como o oceano da criação pois era dali que vinha tudo o que conhecia e o rio que passava pelos jardins de sua morada era como um relógio pois corria conforme o tempo corria na sua morada por isso era chamado de o rio do tempo.

Mas isso eu já sabia!

Tomando a minha mão levou-ma para a larga alameda pois dali levar-me-ia de volta á minha morada.

Antes de partimos, pisando sobre a areia da praia, olhei pela última vês a majestosa frente de sua morada ao mesmo tempo em que mergulhávamos na viagem de volta e a última imagem que vi foi o número da morada e ele é Ꝏ+1.


No negrume do nada vi um brilho, nele entrei e o seu interior era só escuridão, mas tudo era iluminado, como uma estrela invertida, a luz vinha de fora para o centro que embora muito distante e pequeno era senhor do espaço que o rodeava e a luz nos empurrava para ele.

Depois de o atravessa-lo nada era diferente apenas a luz que se tornou negra e o negrume do espaço que tinha-se feito luz e por mais uma vez o centro de tudo cruzei.

Seguia agora por entre um emaranhado de esferas interligadas por forças que nunca vira ou ouvira antes cogitar em tal magnitude de poder.

Elas ficaram distantes e sumiram.


Agora em em meio a um oceano de pequenas esferas diversas em equilíbrio perfeito vagava imensos cordões a contorcer-se como anacondas em cujos pés outra anaconda existia e a acompanhar, mas tudo ficou pequeno distante e sumiu, menos o oceano que apesar de outro me envolvia.

Pesadas máquinas de formas variadas moviam-se pelo oceano ligadas entre si pelo parentesco, pela origem e pela função.

À medida em que me afastava muitas outras vi e compreendi que um número quase infinito de outras ainda haviam a trabalhar em suas funções, sem se preocupar com nada mas dependentes uma das outras para existir, como as rodas dentadas de uma máquina ainda maior.

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Há muito as pesadas máquinas e seus afazeres haviam sumidos na distância que para traz deixei, agora o máximo que via na escuridão do todo eram pequenos clarões a correr por todo o espaço que me rodeia e longas fibras diversas a vibrar e em muitos grupos diferentes os quais, cada um de-per-si como correias, fios, tirantes e suportes formavam algo que ainda não podia ver no meio em que me movia, o que eu fazia por sinal cada vez mais lentamente.

Meio que adormecido, vi meu amigo apontar-me uma uma armadura onde ele me vez entrar e os comandos assumir, sorriu para mim e foi-se como se por ali nunca ali estivesse sequer passado.


Sinto-me confortável e seguro, eu sou como uma luva para a armadura, sinto-a pulsamdo sob minha vontade com uma fome de obediência inimaginável, seu poder é enorme, sinto-me como um gladiador em sua armadura impenetrável.

- Um gladiador em sua armadura???

- Já não teria eu visto isso antes???

Olhei para mim mesmo, estava perfeito completo me sentia muito bem, mas estava dentro de uma armadura, uma máquina poderosa, como seria o mundo la fora desta vez?


Acionei os dispositivos corretos, a viseira levantou-se e eu pode ver onde estava.

É a minha morada, meu mundo, meu tempo, meu lugar, olhei para a armadura que havia cingido através da sua própria viseira:

Eu vi a a mim mesmo em uma aparente simbiose com a vida para poder existir.

Eu sou a máquina, eu sou a arma final, eu sou o meu maior e único inimigo!