Nas
últimas postagens tenho apresentado trechos de obras do canto lírico e resolvi
nesta continuar assim.
Esta
semana eu assisti, mais uma vez, a opera Rigoletto de Giuseppe Verdi
(1813-1901) e desta vez o que me chamou a atenção foi a sua
atualidade, por mais incrível que pareça, foi a atualidade do
drama.
Rigoletto
é uma ópera em três atos e cinco cenas do compositor italiano
Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave, estreou no
teatro La Fenice de Veneza em 11 de março de 1851.
Auditorium, La Fenice Theatre, Venice, Italy
Janeiro de 2007 – foto feita pelo próprio teatro
Ópera
inspirada na peça de teatro “Le
roi s'amuse”
de Victor Hugo, desvia-se ligeiramente da peça, devido à censura
imposta na época de sua composição e estreia; a personagem do
Duque era inicialmente o Rei e algumas partes do texto tiveram de ser
alterados devido ao conteúdo político inaceitável nas últimas
décadas do Resorgimento
italiano (1815-1870).
O Rigoletto é a décima sétima ópera de Verdi
Retrato de Giuseppe Verdi (1886).
Galería Nacional de Arte Moderna de Roma.
Galería Nacional de Arte Moderna de Roma.
Esta
ópera versa sobre a falência moral de um reinado e de sua corte,
sobre inversão de valores morais e sociais, sobre a promiscuidade,
sobre a cupidez humana e suas taras, enfim sobre os dias de hoje
embora tenha sido vista pela primeira vez ha 161 anos atrás; curioso
não?
Rigoletto
- BBC 2001
Rigoletto, Teatro Nacional da Moldávia
Rigoletto e Gilda
Hudson Opera Teatre - 2002/2003
Rigoletto,
o bufão, o bobo do rei, o bobo da corte, na ânsia de agradar os
poderosos, tripudia sobre a dor das vítimas do rei e de sua corte os
quais, no buscar insano dos prazeres mundanos e no desprezo pelos
sentimentos alheios, não medem esforços nem meios para atingir seus
inconfessáveis objetivos; acho que você já viu isso, não em
algum, mas em muitos lugares hoje em dia, como nas nas ruas, nas
baladas, nos bailes fun...(sei lá o que), nos bailes "pancadões" que rolam hoje, livres e soltos,
pelas sarjetas da vida e em especial na vida política, não só
neste país mas pelo mundo afora, onde homens sem nenhum senso de
moral, de responsabilidade e pleno desconhecimento do que significa o lado bom da palavra: caráter.
Estas criaturas inomináveis, cometem as maiores
barbaridades em nome da lei, da ordem, pela liberdade e por fim,
atrocidades inimagináveis em nome de Deus e pela democracia.
Rigoletto
paga caro, paga muito caro pela sua baixeza, pela sua vilania, pelo
seu servilismo, pela sua torpeza e pela sua fraqueza moral.
Ao cair
o pano do da terceira cena do primeiro ato, alguns cortesões contam
a Rigoletto que estão a seguir os seus conselhos e vão raptar a
mulher do Conde.
Rigoletto
ri, divertindo-se e diz que quer participar do rapto, os cortesões
(seus sempre amigos e aliados) vendam-no e pedem para que fique a
segurar a escada por onde sobem, entram dentro da casa e efetuam o
rapto voltando pela mesma escada.
Só
depois que eles partem com o prêmio da coletiva vilania é que o
Rigoletto percebe: houvera tomado parte no rapto de sua única filha
findando-se assim o primeiro ato.
Eu
escolhi as últimas cenas do segundo ato para esta apresentação;
começa com a ária de Gilda “Ciel! Dammi coraggio!”,
passa pelo dueto de Gilda e Rigoletto “Piangi, fanciulla
piangi”, terminando em um outro dueto entre pai e filha
(Rigoletto e Gilda) “Vendetta, Tremenda vendetta”,
pondo fim ao segundo ato.
Eu
escolhi esta sequencia por ser, (quando bem cantada) o dueto Piangi
fanciulla de uma ternura quase infinita, um contraste fantástico com
a brutalidade e violência da trama (como também pode ser terna, brutal e
violenta alma humana) que tem como sequencia final, após um pequeno momento de transição, outro dueto entre
Rigoletto e Gilda onde
explode em uma apoteótica fúria, o ódio, o rancor e o desejo de
vingança, selando com isso, definitivamente, toda a desgraça que
está por vir no último ato.
The Royal
Opera House, Convent Garden, London
A opera
que possuo é uma versão de 2001 (imprópria para menores de 18
anos) e sinceramente a sequencia por mim selecionada está melhor
cantada na minha versão em disco (LP) que é uma coleção da
Deustche Grammophon de 1980 com a orquestra Wiener Philharmoniker
regida por Carlo Maria Giuliani e o coro da Wiener Staatsopernchor
sob a regência de Roberto Benaglio a adornar o canto dos seguintes
artistas: Piero Cappuccille, Ileana Cotrubas, Plácido Domingo, Elena
Obraztsova, Nicolai Ghiaurov, Kurt Moll e Hanna Schwarz.
Interpretes
das cenas exibidas:
Rigoletto – Paolo
Gavanelli
Gilda - Chistine
Schäfer
Court Usher – Nigel
Gliffe
Conde Monterone –
Giovan Battista Parodi
The
Orchestra Of The Royal Opera House – Concert Master Peter Manning –
conduzida por Edward Downes e o The Royal Opera Chorus – diretor
Terry Edwards – Produção da BBC Canadense no The Royal Opera
House, Convent Garden, Londres em 2001.
The Royal
Opera House, Convent Garden, London
Il
Rigoletto – Verdi – 2001
Agradecimento
final
Infelizmente
eu tive que reduzir a qualidade do pequeno vídeo de 12 minutos,
posto que na qualidade original tinha quase meio gigabyte com isso
reduzi este vídeo a quase 20% do tamanho original.
Detalhe:
na segunda parte do vídeo, o trono do Duque (Rei) representa a
presença física do mesmo, em algumas montagens há um retrato do
referido em lugar do trono.
Este
vídeo tem 88 MB, foi trabalhado no AviDemux GT e GTK, é MPEG-4 ASP
(Xvid) com o nome de Rigo12legendado.avi
A
legenda foi elaborada por mim no Gnome Subtitles em UTF-8, gravada no
vídeo com fonte Arial nono, inserida e colorida no mesmo AviDemux; elaborada com base no libreto da opera,
“O Rigoletto” que foi apresentada no Teatro Nacional de São
Carlos, Lisboa, Portugal em 2007.
Fachada do
Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, Portugal.
10 de
Abril de 2006, foto de Thomas
from Vienna, Austria
São Paulo,
SP, de 10 a 20 de agosto de 2012
Mkmouse
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