quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A Aparente Lógica do Hoje
Vocês sabiam que a apenas alguns anos atrás, um crime era um crime e apenas isso, ao praticante do ato criminoso era imposta as penas da lei tão somente e nada mais.
A lei, por sinal a mesma de hoje ainda, era severa para com todos e pasmem, o maior problema de quem cometia um crime era a reintegração na sociedade após o cumprimento de sua pena.
Hoje ainda existe alguns vestígios deste problema em alguns rincões distantes do planeta mas, nos locais mais “civilizados”, este tempo no Currículum Vitae do candidato é muito importante para se conseguir o cargo, (eu escrevi cargo, não emprego ou trabalho, estes currículos raramente são para estas opções)
Antigamente um delegado era uma pessoa admirável e a polícia, militar ou não, inspirava respeito, trazia o conforto da segurança a toda a sociedade.
Hoje, um delegado continua sendo um delegado, a polícia continua sendo a polícia e pode parecer que como a lei nada mudou, mas mudou, ambos os três são também massa de manobra não só politico-social como também comercial.
Hoje quem tem sentido o conforto da segurança imposta pela lei (a mesma de antigamente) tem sido os criminosos (também de antigamente) e não a sociedade (aquela de antigamente).
Hoje aqueles não abençoados pela fortuna, pelo poder, pelo patrão ou pela imprensa, se culpados ou não, arcam com o opróbio da desonestidade, do crime, além de pagar o ônus imposto pela lei á força, até que seja comprovada a sua inocência, e isso, apenas quando estes tem alguma forma de se defender, e desde que a sua desonra não sirva a interesses outros, tão espúrios e inconfessáveis como os meandros do crime, da ilegalidade e da luta pela fama ou pelo poder, ou ainda apenas e tão somente, pela audiência que os patrocinadores possam vir a ter com a infelicidade de um ou de muitos, o que por sinal, não tem a menor importância.
Tem me parecido que ser criminoso hoje em dia é ter garantido o beneplácito da lei (vil e devidamente interpretada, distorcida e aceita, por interesses mesquinhos) como também a proteção da polícia e a cobertura “imparcial” da imprensa escrita e falada na garantia dos seus direitos adquiridos, estes por sinal os mesmos da sua vítima, isso tudo sem falar na proteção proporcionada pela religião para a criatura criminosa, esta agora, apenas um convocado das legiões infernais e nada mais.
Me parece também que o alvo do crime (que antigamente se chamava de vítima, hoje ainda sem um adjetivo ou substantivo próprio conveniente) é na realidade o criminoso, e o que ontem era o criminoso (sujeito que cometia um crime) é hoje a vítima.
Ou seja, se a vítima (a de antigamente) não existisse, o criminoso (o de antigamente) não seria “obrigado” a cometer o delito.
Assim sendo, não existindo o delito, ele não seria criminoso (hoje) e se ele não é o criminoso, certamente é a vítima (hoje) por causa da existência, indevida e malvada, da vítima (a de antigamente) a qual é claro, pelo insano ato de existir deve ser, com muita justiça, punida na forma da lei.
Entenderam a aparente lógica do hoje?
Não?!
Eu vou ser mais claro.
Ser vítima hoje, se não for crime é uma questão de estar em evidência, se o caso não for nenhum destes então esta vítima não tem direitos a serem respeitados ou protegidos tanto pela religião, como pela polícia, pela lei ou pela imprensa escrita e falada.
Ser criminoso hoje é uma questão social e não de quebra, descumprimento, da lei como era antigamente.
Como o criminoso só existe em função da lei imposta pela sociedade, fica claro ser politicamente correto que ela seja penalizada por este crime (ter leis) e pelo crime do criminoso (o descumprimento da lei).
Por isso a sociedade deve voltar todos os meios possíveis para a proteção e o bem estar do criminoso (o de antigamente) em detrimento de seu próprio bem estar e de sua própria segurança.
Não esqueçam os meus leitores que criminosos são minorias sociais que precisam ser protegidas da extinção a todo custo, visto serem parte da natureza das coisas, da política e do politicamente correto e também trazem o prestígio seja ele qual for, votos e verbas as mais diversas aos seus benfeitores, estes iluminados em saber e em sabedoria, representantes exclusivos dos Direitos e Direitos Humanos na sociedade.
As maiorias, massas de manobra, que façam a sua parte, cumpram com as obrigações todas que lhes são impostas e depois que se danem mas, não sem antes dar lucro, crescer, multiplicar em número, em ignorância e em delinqüentes, úteis e férteis ao Status Quo.
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