terça-feira, 28 de abril de 2009

A Queimada (adaptação livre)¹


Protegido pelas grossas paredes no fundo de sua toca
Sente no corpo, a roçar, a fímbria da túnica do anjo a passar.
Veio do nada, de lugar algum, e por sua toca passou
Foi como um som que de tão rápido não soou.
Protegido, para a porta se volta, se enrola,
E esta para fora a tudo olha.

Pensa em seus corajosos amigos a vagar la fora.
O vento não açoita mais verdes capinais cujas agrestes moitas
Acoitavam a perdiz, acoça agora marmóreas noites,
Espigões sem fim, pelos lados de estranhos retângulos rola,
Saindo do nada, corre por retas impecáveis,
Passa por vegetais, alinhados, estáticos a marchar!

Minha porta vê longe e eu vejo a minha porta de longe
Aconchego-me mais ao fundo de minha toca
Cujas plúmbeas e frias paredes fujo tocar.
E a porta minha que tudo via, mostrou-me em seu retângulo
O que eu não via... O céu se iluminou e sem listrões vermelhos!

Não era rubro, mas era doido veloz e incandescente
Aquilo que acordou!... Se veio do norte, do sul, do oriente ou do ocidente
Eu não sei... O que sei é que foi um relâmpago branco e quente, depois silêncio.
Um silêncio tão ruidoso que só o grito da boca do inferno fê-lo calar-se.
Ao urro hediondo seguiu-se o bafo infernal curvando das árvores as comas,
E o falcão de asas recurvas, sublima-se no ar agora vermelho!

O estampido estupendo das queimadas, se enrola de quebrada em quebrada
Galopando pelo ar... Ah!... Se tal chama lavrasse qual Jibóia informe
Que no espaço, vibrando a cauda enorme, ferrasse os dentes no chão!
Haveria uma chance em meio à suas rubras roscas que estortegam matas e espigões
A espadanar o sangue das cascatas e das trilhas betumadas da rôta e infeliz polis!...
Haveria uma chance se fosse o leão ruivo, cuja crina atira desgrenhado aos pampeiros dos céus!...

Mas, neste estranho pugilado, o cedro, a casa e o prédio, tombam queimados...
Retorcendo na hecatombe os braços suplicantes para Deus.
É mais que uma queimada, é mais que uma fornalha, é mais que o inferno!...
Não pula a irara, nem a cascavel chocalha, não há espuma na raiva do tapir!
Não há cume, não há rochedo, nem heliporto, não há nada
Onde a corsa e o tigre, náufragos do medo, possam se unir.

Nem mesmo há mais tigres, corsas, jaguares. iraras, cascavéis ou tapires!...
Não há mais como haver um drama, o último... O augusto...
Pois sumiu em um tremor maldito o último ramo do pau-d'arco adusto!
Mas rubro agora é o céu, recresce mais e mais o calor e o fogo em mares...
E a queimar por fora e por dentro, desaparece a vida milenar...
E quase tudo, senão tudo, se acaba no tempo de um simples acenar.



***-***

¹ Este texto é uma adaptação livre para o relato de uma devastação atômica baseado no poema de Castro Alves, A Queimada, poema este que sugiro a leitura.

Esta ficção relata os primeiros acontecimentos e efeitos no espaço de zero a dez segundos após a detonação de um único artefato nuclear baseado na fusão do hidrogênio a seiscentos metros do solo sobre uma cidade do tamanho da cidade de São Paulo nesta data.

O rato, protagonista do conto, estaria morto assim que visse a luz branca por sua porta se estivesse a menos de mil metros da detonação, ainda que, a centenas metros abaixo da superfície.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma Apologia à Hipocrisia Internacional

Nós, os ratos, ouvimos e vemos tantas coisas que às vezes, na maioria das vezes, não temos como no momento formar uma opinião sobre o que acabamos de ver ou ouvir.

Isso é normal em nossa espécie, é o que nos mantém vivos pelo padrão natural das coisas, precisamos de mais conhecimento de causa para formarmos o nosso próprio parecer, entre nós a idade é sinal de conhecimento e normalmente acompanhado por sabedoria, quanto mais antigo é o rato, menos ele precisa ver e ouvir para se posicionar de forma correta para sobreviver por mais um dia.

É algo comum em nossa espécie, aprender com os erros dos outros, é a observação e a avaliação racional dela a nossa maneira de prever o futuro e conhecer a verdade, é tão simples fazer isso que um de nossos maiores espantos é o fato de que o mais importante bípede terrestre não faze-lo.

Espero que seja entendido que tudo o que vemos, ouvimos ou sentimos é analisado de conformidade com o conhecimento que temos adquirido em nosso tempo de vida, qualquer coisa viva na Terra e dela oriunda tem esta capacidade como nativa.

Mas nós, os ratos, consideramos todo o que ouvimos ou vemos inicialmente como boatos ou ilusão, mas...

É, tem um mas...

Temos como verdade a seguinte premissa.: Onde há fumaça, ouve, há ou haverá fogo, sempre!

E o que isso quer dizer?

Simples.

Quando olhamos para uma fumaça teremos sempre a certeza insofismável de uma coisa:

Tem algo acontecendo em algum lugar.

Alguma coisa "queimou" e a "fumaça" esta tentando dizer o que foi que está, foi ou será "queimado".

Por isso não acreditamos na maioria das vezes no que vemos ou ouvimos desde que insólita ou discutível em primeira vista, essa "fumaça" pode ter sido carregada pelo vento, naturalmente ou não, e o que vimos pode ser uma simples miragem também natural ou não.

Isso posto, vamos ao ponto.

Estava eu a curtir com sofreguidão os últimos dias de uma indisposição estomacal com todos os efeitos colaterais disponível para este roedor, quando deparei-me a olhar alguém a discursar e outros a andar como em uma fila indiana por sinal muito bem organizada, o que sem dúvidas chamou a minha miserável atenção, naquele momento dividida entre insistentes sensações de desconforto físico e uma telinha mui longe, perdida nos pés da cama, quase uma mancha falante.

O instinto fez o resto.

Foi para um plano inferior os desconfortos físicos, ou seja, ficou no mundo físico apenas e nada mais, ficando livre o intelecto para avaliar a nova informação.

Em poucos segundos, senão frações, sabia o que estava a ver, era o primeiro dia da Conferência da ONU sobre Racismo em Genebra e quem falava era nada mais, nada menos que o presidente do Irâ, o Sr. Mahmud Ahmadinejad e a fila indiana eram os representantes de países europeus e seus escravos, quer dizer, aliados a abandonar a sala de conferências liderados por não menos que a França, sim meus amigos e amigas, a França, é, aquela da Cidade Luz, aquela que aos brados de Liberdade, Fraternidade e Igualdade pôs dantescas hordas de miseráveis nas ruas e separou a cabeça de muitos do resto do corpo em um acerto de contas completo, geral e irrestrito capaz de fazer inveja ao reino de Satã.

De imediato tudo entendi!É assim que funciona o raciocínio dos ratos, apesar de ouvir em outros idionas o que se falava eu sabia, Sr. Ahmadinejad falara algo contra o "Holocausto judeu". Ele podia falar o que quisesse menos sobre este tema. Negar o Holocausto Judeu é crime na Europa.

Pois é, esta foi a gotas d'agua para este rato, a partir daquele momento tornou-se para mim um fato de credibilidade duvidosa a existência Holocausto.

Esta dúvida se ampara em cinco premissas, a saber:

1º Motivo - A fala do Presidente do Irâ foi em um ambiente que observa a lei de livre expressão do pensamento (pensar e falar alí não é crime seja qual for o tema) e o mesmo ao entrar eu vi e ouvi, foi muito aplaudido por todos exceto por um grupo de pessoas com cores da bandeira dos EUA ou da França, sei lá, e fantasiadas de palhaço a atirar os seu narizes no Presidente Iraniano, o que sem sombras de dúvidas e indiscutivelmente é um arremedo, muito mal feito por sinal, do que foi feito com o antigo (Graças a Deus, ou ainda, Que Ala seja louvado por isso) presidente Norte Americano.

2º Motivo - Eu não conheço nenhuma verdade que precise ser imposta por força ou por lei humana para existir e tudo o que tem uma lei para existir, ou só existe pela imposição da força, tem em si mesmo tudo o que é necessário para não precisar existir na natureza, por conseqüência uma miserável falácia, nada mais.

3º Motivo - Como a verdade existe por si só e não precisa de "muletas" para se sustentar pode ser desafiada quantas vezes for que sempre mostrará a mesma face mas, quando a verdade foge ao desafio de identificar-se nega-se a si mesma e mostra a sua face verdadeira face, a falsidade.

4º Motivo - A verdade é sempre a mesma em todo o lugar não importando se é dia ou noite.

E por fim a ironia final, o atentado terrorista feito à minha inteligência, que neste caso foi de um fracasso total.

5º Motivo - Era uma conferência contra o racismo e o racismo é um dos, senão o maior, fruto da intolerância humana, logo todos os países que saíram ou boicotaram a reunião praticaram a intolerância contra o Sr. Mahmud Ahmadinejad e o país que ele representa, no entanto, eles estavam ali exatamente para fazer o contrário, demonstrar tolerância!

Agora culminando com chave de ouro todos os meus motivos para duvidar da existência do Holocausto, enquanto escrevia o meu 2º motivo li a mensagem que transcrevo abaixo (21/04/2009).:

GENEBRA - Mais de 100 países na conferência global da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo concordaram com uma declaração que pede que o mundo combata a intolerância.

Isso é no mínimo uma piada, se não for só hipocrisia apenas e tão somente.

Como diria qualquer índio da América do Norte a pouco menos de 100 anos.:

- "Estes homens falam com língua de cobra."

Mateus 3,7

Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura?

sábado, 7 de março de 2009

Títeres a Titerear




Oi!





...Por onde eu andava?

Poi aí a fora, nós somos assim mesmo, temos que nos movimentar se quisermos continuar vivos.

...Não, não!

Ninguém gosta de nós em Escolas de Samba, nós não damos lucros, muito pelo contrário.

Eu pessoalmente não gosto desta época ela deixa a minha casa muito suja, onde quer que ela passe.

... Ah!

Quem gosta são as Ratazanas e assim mesmo não são todas não, só algumas e elas ganham muito, mais muito mesmo, pode acreditar.

E elas são tão poderosas que fazem o mundo girar de conformidade com as suas vontades!

...Nomear-las!!!

Você esta ficando biruta?!

Podemos “dar nomes ao bois”, mas não às Ratazanas, o estrondoso sucesso delas está exatamente no anonimato.

Aliás só conseguem este sucesso total graças à ignorância geral, inclusive dos “bois”, estas Ratazanas são as criaturas mais instruídas e menos morais do universo: criaturinhas insofismáveis estas!

...Ah, sim...

Não, não são todas é claro!

Se assim o fosse elas seriam como nós, os ratos, perfeitamente visíveis e palpáveis!

Esta é a grande sacada, elas vivem no seio da sociedade, são as mais defendidas, gozam de todos os direitos imagináveis e são, pela própria sociedade de que se nutrem, desobrigadas de qualquer obrigação que possa por ventura advir de alguns dos seus inumeráveis direitos ou privilégios.

...É só procurar alguém com estas características!?










Você não entendeu nada pelo que vejo.

Isso não se dá nunca em público, nem mesmo nos bastidores da vida!

Estes eventos ocorrem em lugares ignotos e em horários apropriados além do que absolutamente invisíveis por sua inocência e disfarça-tez, aos olhos da lei dos homens que por sinal, além de cega ainda usa uma espada de dois cumes.

São nestes lugares, ingênuos e inocentes, que as consciências são compradas e vidas em seu maior explendor, senão antes, são extirpadas pela raiz antes de poderem atrapalhar mesmo que de leve a vida de alguma destas poucas mas felizes, inocentes e discretas Ratazanas.

...Mas elas nem mesmo existem, na humana realidade!!!

No entanto são elas que puxam os cordéis, que manipulam os “bois” e que se apropria da ordenha das “vacas”, que por sinal só é efetivada a seu mando.

Mamam tanto e debaixo do aplauso popular, que chegam a matar os bezerros de fome e isso com a aquiescência da própria “vaca”!

Mas, ai de nós os ratos, se tentarmos sequer chegar perto desta orgia completa geral e irrestrita para apanharmos algumas migalhas, das muitas que caem da mesa neste farto banquete!

Toda a sociedade, sem exceção, cairá sobre o infeliz mamífero com a velocidade de um raio e no frenesi, insuflado habilmente pelos “bois”, exaltarão a justiça, a lei e todos os direitos humanos com isso esquecendo, mais uma vez, a imensa fome e a inimaginável miséria em que vivem diuturnamente.

...É...

São criminosos todos os que ousam apanhar miseráveis migalhas deste nababesco festim mas, se for um “boi” que aceite bem a canga e o ferrão, não sofrerá o rigor e a dureza da lei pois, para ele é que existe a “lei”.

As migalhas nada mais são que iscas discreta e deliberadamente atiradas, deixadas na direção, no caminho da caça, do bode expiatório, é o Circus Maximus.

Sabe...

Acho que nada mudou, tudo apenas se transformou.

Quem era escavo em Roma, continua de Roma escravo!

Antes a chibata, nas mãos do feitor, tocava e lacerava apenas o corpo fustigando o espírito, hoje a mesma chibata autoflagela, muito mais o espirito que o corpo.

Antes a criatura recebia o flagelo de graça e por nada, hoje, paga para isso e normalmente com tudo o que possa ter com isso, “enxugou-se os custos do Circus Maximus”.

O feitor, que foi despedido por falta de mercado de trabalho, além de ser agora um desempregado é também, tido e havido como a vítima de uma sociedade malvada e que por isso vive e sem nenhum escrúpulo ou culpa, do subsídio público e não de Roma.

Para esconder a abjeta condição em que a espécie sujeita às Ratazanas se encontra existe a manipulação da notícia, a escolha de um bode expiatório, a bola da vez a ser exposta em toda a sua miserável e execrável nudez na arena de um moderno Coliseu.

É ali, no moderno Coliseu, que estas miseráveis e tristes criaturas se alimentam no festim macabro, de uma desgraça que neste estágio já não mais é celular, restrita, é pública, é literalmente pública em toda a sua extensão e grandiosidade!

Abocanham estas infelizes criaturas, nacos gigantescos de ignorância e os devoram vorazmente para saciar a sua própria fome de ignorância e no auge de um frenesi apocalíptico de completa insanidade, há quem suba na arena, no palanque e, em tal famigerado patíbulo, desnuda-se, mostrando toda a sua baixeza moral e intelectual em um simples rasgo de prazer a um público que agora, hipnotizado pelo consiliabólico momento, goza o prazer de um “exctasy” coletivo.

...

Eu vos afirmo, a ignorância é insaciável mas o conhecimento não.

A ignorância leva ao desespero, à perdição, mata; mas o conhecimento, este leva à razão ao caminho certo, à solução e à vida.

A ignorância escraviza a massa e enriquece apenas as minorias que a impõe como status quo; o conhecimento ao contrário liberta e enriquece a todos, que o venha a procurar, indiscriminadamente.

É por isso que o culto á ignorância é estimulado pelos governantes para as massas, eleitores, trabalhadores e felizes consumidores, estes não tem nenhuma utilidade a não ser dar poder e lucro até mesmo na morte, posto que esta predadora a massa ronda incessantemente!

Os órgãos públicos destinados ao saber, ao conhecimento, não são nada mais que um repositório de párias que se contentam com ignominias e atitudes abjetas, quando não ilegais, tudo em nome do novo, da moda, do poder, do mais absoluto nada o que sempre leva a lugar nenhum e quando estão a fazer algo de ofício, nada mais fazem senão um discurso interminável sobre o “sexo dos anjos” e na maioria das vezes não por falta de conhecimento, mas de vergonha, de honra e em todos os casos por excesso de covardia e uma questão de caráter.

São títeres a titerear o conhecimento, cegos a guiar cegos

Mkmouse

Um amigo do Pingüim

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os Dilemas De Um Rato


Cansado de outras guerras, quis um dia deixar o mundo malvado onde tudo é pago em vil metal ou, em ignóbil permuta onde só alguns ganham sempre e sempre.

Notou este pobre mamífero, que tinha dores de cabeça por causa de erros alheios (além dos seus próprios), que era empurrado para um “maravilhoso mundo novo” , o que até chega a ser natural, mas não por uma necessidade evolutiva também natural mas sim, para dar lucro a só Deus sabe quem sem com isso sequer crescer um mínimo imaginável, que recebia constantemente problemas dos mais improváveis que saiam do nada e que no final das contas me levavam a lugar nenhum, e todos estes presentes recebia-os eu, não de gregos, com uma agravante: estava, querendo ou não, pagando para tê-los!

Perdeu este roedor um tempo inimaginável pesando sobre os prós e os contras de uma migração para um novo sistema onde tinha tudo o que o anterior me dava mais uma vantagem...

Eu não tinha que pagar por nada, não tinha que comprar a última geração de nada e nem tinha que aturar fabricantes gulosos por lucros a qualquer preço me dizendo que este produto é coisa do passado, se quiser que isso funcione: compre o novo; segue abaixo o natural monólogo.

- “Pô, meu...”

- Comprei isso “ontem”, já está obsoleto e eu que me "dano" comprando tudo de novo?

Este novo sistema me colocaria em um “mundo novo”, aparentemente desconhecido, onde as asas da imaginação seria o horizonte mais próximo e não utópico, e a um custo que senão nulo, dentro dos parâmetros possíveis para um roedor normal e não fictício, que enfrenta uma realidade às raias do brutal e não quer, além de não achar “legal”, ser parte, subconjunto, de uma massa de manobra absolutamente ignota, mas grande consumidora de tudo e nada mais.

Como eu escrevi a parágrafos atrás, perdi tempo!

A minha ignorância e as regras impostas subliminarmente em meu pequeno e frágil cérebro, me mantinha preso a conceitos no mínimo medievais, posso até citar alguns:

a-) Não posso mudar porque todos os que conheço não usam este sistema, posso ficar isolado.

b-) Não posso mudar porque o profissionalismo usa e eu preciso trabalhar.

c-) Não posso mudar porque... porque... porque...

d-) Etc... Etc... Etc...

Veja aonde esta ignorância estava me levando

a-) Cada “dia” que passava, menos eu podia fazer porque não podia “comprar o novo”.

b-) No afã de vender, vender e vender dos fabricantes, eu estava sendo marginalizado, me excluíam inexoravelmente da vida só por não poder comprar.

d-) E ainda, para completar a piada em que me estava tornando, me convenciam que o “novo, desde que pago,” é o melhor, o mais bonito e por isso eu era melhor, mais bonito e mais rico!

O que eu não estava vendo era o seguinte:

a-) Pelo sistema tradicional, o certo, o melhor, o mais evoluído eu estava caminhando para a falência física, moral e intelectual além de monetária.

b-) Pelo novo sistema eu até posso, eventualmente, não saber para onde vou, o que certamente não é o caso mas sei, e com total certeza, que não terei o mesmo fim que teria se continuasse naquela “mesmice”, paranóia.

Foi então que, acordando para a minha verdade, mudei do Windows para o Linux num piscar d'olhos.


O que eu descobri depois que mudei para o Linux:

a-) Tudo o que eu fazia no Windows, posso fazer no Linux, é uma questão de busca e adaptação tão somente.

b-) Convivo perfeitamente bem com o mundo dos mais avançados, mais bonitos, mais ricos, mais poderosos, mais... mais... mais... e Etc.

c-) Na minha modesta e desprezível opinião tenho tantos problemas, senão menos, quanto tem os mais... mais... da vida hoje em dia com o seu tradicional, monolítico e voraz sistema.

d-) E finalmente não estou pagando nada (quando pago o valor está dentro das minhas expectativas e posses) para continuar fazendo o de sempre e além, finalmente estou evoluindo, crescendo, indo para algum lugar.

mkmouse

Agora e definitivamente, o melhor amigo do Pingüim

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Eu Tentei

É eu tentei...

Deus sabe como eu bem que tentei, não falar sobre bobagens, mas não consigo.

Mkmouse... Tentando... Tentando... Tentando...



É como o Toc-Toc!... para o Roger Rabbit.

mkmouse... Não Dá... Não Dá... Não Dá... Não Dá...


NÃO DÁ NÃO!!!

Não dá, gente, não dá, realmente não dá!
...

Eu não entendo o 'por que' de tanto alvoroço ante um ato tão corriqueiro de um político, um acontecimento que de tão normal e trivial, é absolutamente imponderável.

Estes atos, como o respirar, estão na massa do sangue dos eleitos divinos (antes das eleições), divinos eleitos (depois das eleições).

Gente vocês não tem a menor idéia do que é ser um político!

Pensem bem...

Ter que beijar bebês babões, abraçar 'barrigudinhos' e apertar a mão de pessoas estranhas, já pensaram por onde estas mãos andaram?

Algumas delas suarentas, pois foram arrancadas do trabalho (imagine... do trabalho!), por uma central sindical sob a ameaça de ser demitido se não os seguissem.

Esta é a única maneira de colocar estes ‘puxa-sacos’ na massa do ‘oba-oba’ dos candidatos.

Tenha dó...

Ser político é um sacrifício infernal!

E mal remunerado, diga-se de passagem.

Começa pela filiação, a original, para alguns ele tem um pai desconhecido é por isso que tudo o que consegue durante o mandato é posto no nome dos filhos, visto que, segundo outros, somente Deus e a esposa dele sabem se realmente são seus.

Depois, ele tem que vender seus castelos, seus carros de luxo, aviões e até navios se for preciso, todos conseguidos por árduos, difíceis e tortuosos caminhos políticos ou político-partidários, para poder apenas viver, pois o que recebem mensalmente não dá nem para pagar o restaurante; e o pior, eles têm que se sujeitar a receber uma mísera caixinha dos mais diversos licitatários (chiiii... um neologismo, eu acho), para poder viver com mínimo de honra e ética política.

Por fim, ainda, eles são incompreendidos pela urbe ignota, uma plebe nojenta e não intelectual, ou seja, aquela que compra jornal para ler e costuma não acreditar em noticiário de rádio e tv e, muito menos ainda, em pesquisa pública; além do pior: costumam pensar bem em quem vão votar e normalmente não votam em quem está no topo das pesquisas públicas (isso é um horror, um nojo de pessoas!).

Esta raça maldita vive a desmoralizar o político, dizendo isso e aquilo de seus atos mais probos, idôneos, absolutamente compatíveis com a ética de sua classe, social e política e o pior, trazendo ao público crédulo provas do que diz, causando com isso um verdadeiro inverno na vida do pobre representante píblico, que se não fosse a justiça perfeita e via de regra conjunta de seus pares, protetores e donos, certamente acabariam em uma prisão incerta por tempo indeterminado.

Mas graças a Deus ainda existem eleitores neste (e em outros) país(es).

Os intelectuais, aqueles que compram (ou não) jornais para limpar o ânus ou só para procurar um meio de extorquir algo de alguém, legal ou ilegalmente, acredita piamente no que ouve desde que antes ouça e (ou) veja, atenta e longamente, a notícia de um massacre qualquer não importando onde nem com quem e que sempre, sempre votará no vencedor de qualquer pesquisa pública, aqueles que jamais deixariam passar uma oportunidade de levar alguma vantagem, quase sempre imoral quando não ilícita, sobre qualquer coisa ou sobre quem quer que seja.

A estes cidadãos, os eleitores dos verdadeiros políticos éticos, todas as cestas e migalhas que possam pegar, exigir ou catar, quando cairem do suntuoso banquete político-partidário!

Mas há exceções, pasmem!

Há políticos que se recusam a participar desta ordem regimental e fazem alarde dessa posição aberrante, imprópria, e dou nomes aos bois: um deles é o ...! o ...!! o ...!!!

Ah, tem também a...!? e a ...?!

Chiiiii...

É a P.P.I. chegando, já fiz mais de meio século e a minha memória anda ficando falha!

Mas seja como for, continuo procurando até estou usando a lanterna que achei abandonada em um barril, se algum dia eu lembrar, ou melhor, ver um e não tiver esquecido-me este blog eu, escrevo o seu nome.

Prometo.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Antes e Depois de Babel


Pois é, acho que Babel nunca foi destruída apenas saiu fora do negócio por um tempo indeterminado, ou melhor, tornou-se invisível.

Naquela época analisaram o custo e o benefício de se tentar chegar a Deus e concluíram que daria mais prejuízo que lucro e isso então deu fim ao primeiro projeto Babel.

A natureza sempre foi muito ordeira com tudo, tudo o que nela existe segue uma ordem, e romper a ordem natural das coisas significará sempre a anulação sumária do ato e (ou) a extinção pura e simples do agente.

Cada espécie sempre teve a sua própria maneira de se expressar, de ser, de viver e isso valia e vale até hoje para a espécie humana, que por fazer parte natural de todas as coisas, não pode escapar às regras da natureza (que são as mesmas desde a criação) por mais que se esforce para isso.

A confusão também faz parte do sistema e tem a sua finalidade.

Quem na maioria das vezes se beneficia deste evento são os predadores e algumas raras presas, as quais usam esta faceta da mãe natureza para deixar confusos os fazedores de confusão.

Segundo conta a história a multiplicidade de idiomas e formas entre as espécies começou quando Babel caiu.

Naquela época, a confusão era sinal de morte próxima ou uma exceção à regra geral logo, sempre um perigo em potencial.

Naquele tempo ser ignorante era prejuízo certo.

Já depois de Babel as coisas não eram mais assim.

A ignorância que sempre foi (antes de Babel) uma fonte de incertezas e prejuízos, hoje é a maior fonte de lucros e poder do planeta.

A confusão que naquele tempo trazia maldições para todos os homens, hoje trás milhões em bônus para alguns homens.

O que era promiscuidade antes virou hoje modismo, evolução, uma simples palavra de ordem, ou ainda apenas a ordem do dia.

Em fim Babel é um marco, um ponto de referência.

Antes de Babel os homens sabiam quem eram, de onde vinham e para onde iam, o que os condenou inapelavelmente foi a arrogância.

Depois de Babel os homens deixaram de querer saber quem são, de onde vieram não tem a menor importância e o que importa mesmo é para onde se vai, desde que este alvo seja o lucro ou a vantagem.

É o fim a justificar os meios!

Antes de Babel os povos eram senhores de si, conscientes de sua natureza e explorando o mundo ao seu redor, se enchiam de conhecimentos (pois o conhecimento era para todos) e então, capitaneados pelo Rei, construíram cidades e outras obras cujos restos, mesmo que insignificantes, é hoje ainda a causa estupefação e dúvidas, algumas sem nenhum mérito intrínseco.

Mas como parece ter acontecido, a sabedoria não fazia parte do curriculum vitae dos homens da época e a arrogância neles fez a sua morada.

Depois de Babel os povos não mais são senhores de si, a consciência de sua natureza não é mais um item no currículo escolar, e por fim, não mais vemos o Rei a lidera-nos em nossa jornada.

Este, sempre oculto no anonimato, delegou poderes fictícios por um alto custo físico e moral aos especialistas, doutores, políticos, funcionários públicos, aos gersons da vida e outros celerados amorfos que pululam os campos da vida sempre em busca de alguma vantagem pessoal, do lucro fácil, defendendo um interesse dominante qualquer ou ainda algum feudo reinante, seja ele qual for, esteja ele onde estiver, queira ele o que quiser.

Estes delegados do Rei, com a mesma arrogância de outrora (se não maior ainda) fomentam a vadiagem, a voz de comando e o modismo levando o ser à miséria física.

São os fomentadores da ignorância, do sectarismo e da discriminação levando o ser à miséria moral.

São ainda aqueles que, descarada e legalmente, incentivam a dependência física e psíquica das benesses que outorgam (do erário) a mando do Rei.

São ainda eles os mesmos que por sua vez distribuem afagos, tapinhas nas costas e na cabeça, abraços e beijos; premiam com medalhas ou verbas (públicas é claro) os indivíduos da plebe (da qual julgam não fazer parte) pelo comportamento social exemplar e pela aceitação, cooperação, incentivo e difusão da condição de ignorância quase total para todos, tudo dentro dos parâmetros de uma lei que urdida foi só para este fim.

Antes de Babel a arrogância de todos levou a extinção a alguns

Depois de Babel a arrogância de alguns levará a extinção a quase todos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O Maior Problema Do Mundo


Então o Rato, sentado no topo da sua casa, olhou em sua volta.

Havia uma criatura a sua direita desesperada por ter a morte levado um seu ente amado, à sua frente uma outra criatura a descabelar-se por ter perdido tudo o que havia conseguido e acumulado em toda a sua vida, à sua esquerda uma terceira sabendo-se à beira da Morte apavorava-se ante o inevitável e à sua retaguarda alguém a morrer lentamente de fome, na imensa turbulência da megalópode, na maior solidão e completamente abandonado.

E quantas coisas mais, viu este Rato, nos ângulos intermediários a esta Rosa dos Ventos.

Em um ponto qualquer alguém nasce, em outro alguém morre e enquanto isso acontece simultaneamente, alhures e não menos simultaneamente, um outro alguém trabalha preocupado com o seu futuro enquanto, noutro canto, ha alguém sem nada fazer e não se importando com o que possa ser o seu futuro.

Me pareceu por instantes que o maior problema do mundo estava com aquele que exultava de felicidade ao ver o seu nascituro a esta urbe chegar pois este fato certamente lhe traria preocupações e responsabilidades extras durante todo o resto de sua vida mas, compreendi que não era assim, pois é quase certo que muitas alegrias este evento poderia de dar, e não só aos seus progenitores.

Estaria então o maior problema do mundo com aquele que está a encarar a face da morte?

Não...

Acredito que não.

São tantas as coisas que podem estar acontecendo neste momento e já aconteceram, que pode a morte ser até um refrigério para a sua vida e visto que neste momento ele está prestes a ver o desconhecido, o inimaginável, reconheço aqui ser o seu problema maior apenas a incerteza, a incerteza que traz consigo este inevitável destino.

Então este problema, o maior problema do mundo, estaria com aquele que está só no meio de todos, aquele que tem a fome como alimento, o lugar nenhum como destino, a abóboda celeste como um teto, a Terra como um berço e apenas ninguém como parente?

Por certo esta este pior que Polifermo o qual tinha algo alem de Ninguém, não como parente, mas como algoz: no entanto, a solidão que o enclausura torna o seu problema apenas seu e a sua dor apenas sua, sua triste figura deixa somente constrangido o mundo que o rodeia o que nem sequer chega a ser um problema, pois basta apenas ignorar a criatura e o constrangimento some, isso quando não some a própria criatura, mais constrangida ainda que a sociedade que o rodeia.

Realmente não é este o maior problema do mundo.

Então o Rato pensou...

- Se o Maior problema do mundo não está no nascimento, não está na morte e em está no tempo que se passa entre um e outro evento, onde estaria ele?

Então, após refletir mais um pouco, conseguiu uma resposta!

- O maior problema do mundo é o seu.



MkMouse


Agora sem problemas (Hatuna Matata)