É tão
comum a gente reclamar, apontar os outros e (ou) o governo como a
razão, a origem de todas as mazelas que nos acomete ou nos acompanha
diuturnamente.
Este
lugar comum que outrora, quiçá, fosse verdadeiro em algum sitio no
tempo e no espaço, aqui e agora já não mais o é, com certeza.
A
máxima, “Cada Povo Tem O Governo Que Merece” nunca, em
tempo algum, tem se mostrado tão verdadeira como nos dias de hoje,
tanto cá, como lá ou alhures; pouco importa onde.
Como um
povo que prestigia a ignorância, promove a incompetência, exalta as
vilanias e deifica os criminosos em detrimento das suas vítimas, dos
aviltados, dos competentes profissionais, pode ter um governo justo,
discreto, culto e sábio?
Como um
povo que só pensa em levar vantagem, em clamar aos berros e
histericamente os seus míseros direitos e faz de seu próprio lar um
depósito de lixo; pode viver com saúde, ter os seus legítimos
direitos garantidos ou ainda, não ser lesado física e moralmente?
Como um
povo que se presta a ser público ou protagonista, de “danças
sobre bocas de garrafas”, fazer sexo subliminar senão explícito
para qualquer plateia e em qualquer lugar, um povo que aceita e faz
apologia ao crime, à traição em todas as formas e maneiras, pode
ter sua intimidade, a sua integridade e a dos seus garantida ou
respeitada?
Como
pode um povo que acoberta, aceita, calar-se, aquietar-se, submeter-se
às impunidades, ao uso indevido e imoral da lei, ao disfarce dos
manipulados, ao controle de uma mídia paga por Deus sabe quem; ter
algum futuro que não seja a escravidão, a mais pura, vil e simples
das escravidões; aquela em que o escravo sobrevive com a migalhas
daquilo que ele mesmo produz e escapa à insaciável fome dos cães e
dos porcos de seu dono?
Por fim;
como pode um povo ter algum governo de alta moralidade e decência se
conscientemente, confirma e sacraliza em um incerto e obscuro voto as
vontades e esquisitices de seus donos e fariam isto até de joelhos
por uma simples questão de modismo ou se necessário tal ato se
tornasse “pela força da lei”.
Estes
ilustradíssimos eleitores fazem isso via de regra só para fazer
parte de uma ”tribo”; por um “gole de cachaça barata”; por
um simples “tapinha nas costas”; pela promessa de uma maldita
“fatia do bolo” e o pior ainda, por contradição; é por
contradição sim, o infeliz faz isso para mudar o “status quo”
do sistema!
Se não
fosse isso uma tragédia, sem dúvida seria algo hilário, daria um
fantástico tema de ópera bufa para Gioachino
Antonio Rossini expressar o seu talento, se ainda fosse vivo.
Gioacchino
Rossini, 1865 - Étienne Carjat
É...
Assim
não dá, não dá mesmo!
Ir às
ruas clamar por justiça não basta; necessário é fazer mais do que
isso para verdadeiramente obter-se uma sociedade justa, legitima,
respeitada, digna, livre e senhora absoluta de seu destino.
Este
povo não só tem que, mas deve, mudar seus hábitos; com isso tudo o
mais que o cerca e que dele depende mudará também.
Um povo
verdadeiramente livre, tem seus cidadãos educados por valores morais
e nobres no escopo da honra, da lei e da ordem por seus familiares;
ele vai à uma escola não para ser educado mas sim para adquirir
cultura, conhecimento e o preparo para uma vida longa, produtiva e
próspera; vida esta, não só para si mesmo mas também para a
longevidade e a prosperidade da sociedade, o meio onde vive ou virá
a viver.
Ser
escravo é fácil e barato, ser livre não.
Ser
livre é muito difícil além de extremamente caro, porque para ser
livre você precisa primeiro libertar-se de si mesmo, abster-se dos
seus instintos animalescos, sem esta libertação primordial, não há
como existir uma verdadeira liberdade individual ou coletiva e menos
ainda, algo que de há muito tempo foi nominado como: democracia.
Enquanto
existir um único escravo na Terra, a humanidade não será livre.
Sugiro a
leitura de um pequeno livro chamado “Da Servidão Moderna”
traduzido por Elisa Quadros que está no link:-
http://delaservitudemoderne.org/texto-po.html#m1.
O texto
acima sem as ilustrações, bem como o livro citado por mim, estará
disponível para leitura a partir do mês de setembro deste ano em
meu site:- www.mkmouse.com.br
São Paulo,
SP, 28 de agosto de 2013
Mkmouse