quarta-feira, 30 de maio de 2012

Uma Mulher Que Lê.



Eu estava pensando sobre o que escrever nesta postagem quando me deparei com o jubileu de prata da Rainha Izabel II (Elizabeth II) do Reino Unido (UK).

E porque não, perguntei-me.

Eis aí algo bom de se falar e de fácil deglutição pública, pelo menos na Inglaterra.

A foto abaixo é para mim algo de especial valor, algo dígino de nota aqui pelos campos de Piratininga.


A Rainha da Inglaterra, no trono da Inglaterra, está lendo e com os seus próprios meios!

Isso minha gente, é impensável para os governantes da nova e avançadíssima República Federativa Brasileira do século XXI; como ficaria os pelegos, jogadores de futebol e os entregadores de santinhos dos partidos políticos se os seus políticos eleitos pelo menos souberem ler e escrever com alguma, ou vaga coerência.

Imagine só que catástrofe seria se fosse necessário colocar na presidência da Petrobras (ou em outros lugares estratégicos) algum “petroleiro (gente)” de carreira e que realmente entendesse de extração e refino de petróleo?


A propósito, eu coloquei petroleiro entre aspas e gente entre parênteses para que se alguém viesse a ler este texto e estivesse com o “puder”, (o que eu duvido que possa acontecer) tomando para si a ideia, venha a colocar um navio na presidência da Petrobras; isso, se não fosse trágico, seria tão cômico quanto um cavalo no SPQR.

Só para esclarecer algum leitor mais desavisado SPQR é a abreviação da expressão latina Senātus Populusque Rōmānus, versão presente na Coluna de Trajano (O Senado e o Povo Romano) e não Sono Pazzi Questi Romani (São Loucos, Estes Romanos) supostamente dito por Astrix, “O Gaulês”, em uma versão italiana da HQ.
 
Mas não é do altamente desenvolvido e avançado governo brasileiro que quero ora falar, mas sim sobre uma rainha da Inglaterra, aquela que lê.

É a rainha de um povo que pelos padrões do governo brasileiro deve ser um povo subdesenvolvido, eles vivem em uma monarquia cujas origens remonta o princípio do nosso calendário oficial ocidental, sem contar o fato de que, e ao que parece, nesta monarquia é ainda preciso aprender a ler e escrever para poder ser alguém na vida, este lugar é o fim do mundo para o pensamento socialista e politicamente correto do novo Brasil.

Mas vamos ao que realmente interessa: Sua Majestade a Rainha Izabel II do Reino Unido.


Esta simpática e sorridente Senhora, do alto e no vigor de sua oitava década de vida, comemorou neste mês de maio de 2012, sessenta anos de reinado; o segundo reinado, ainda em vigor, mais longo da atualidade.

Mas quem é Elizabeth Alexandra Mary de Windsor?

A rainha Isabel é descendente da casa alemã de Saxe-Coburgo-Gota (Sachsen-Coburg-Gotha), que herdou o trono britânico após a morte da rainha Vitória (da casa de Hanôver), em 1901.

Ela também é descendente de monarcas britânicos da distante casa de Wessex do século VII; da casa real escocesa, a casa dos Stuart, que remonta ao século IX.

Pela parte de sua bisavó, rainha Alexandra, ela é descendente da casa real dinamarquesa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, uma linhagem da casa norte-alemã de Oldenburg, uma das mais velhas da Europa.

Como tri neta da Rainha Vitória, a Rainha Isabel tem parentesco com chefes de Estados da maioria das casas reais da Europa e com a antiga casa imperial do Brasil.

Ela é prima de Alberto II da Bélgica, Harald V da Noruega, Juan Carlos I da Espanha e Carlos XVI da Suécia, também com os antigos reis Constantino II da Grécia e Miguel da Romênia, além das antigas casas reais da Prússia / Alemanha e Rússia.

Seu pai, o príncipe Alberto, Duque de York (mais tarde rei Jorge VI), era o segundo filho mais velho do rei Jorge V e da Rainha Maria.

Sua mãe era a Duquesa de York, depois rainha-consorte Isabel e Rainha mãe em 1953 com a morte da eté então Rainha Mãe, Maria de Teck.

Isabel II com a irmã Margarida (á frente) e
a sua avó Maria de Teck (ao lado)

Esta simpática Senhora, A Rainha, é muito ciosa em seu papel de monarca.

Sabe muito bem que à qualquer hora, do dia ou da noite, existem milhões de pares de olhos e outros tantos de ouvidos atentos a tudo que ela e sua família faz, diz, come e veste.

Sua Majestade sabe que deve dar o bom exemplo aos súditos britânicos e exibir comportamento impecável, além de uma conduta irrepreensível, sobriedade e bom senso.

Acha ela, uma lástima que a geração seguinte tenha lhe dado tanto trabalho, mas pelo menos a filha Anne vem se esforçando para honrar as expectativas do povo inglês.

Frugalidade, em tempos de crise, é tudo.

A rainha também tem um apreço especial por aqueles que já têm mais idade.

 Rainha dá festa de verão no jardim do Palácio de Buckingham
 
Assim é que, todos os anos, ela envia um cartão de felicitações a cada um dos seus súditos que completam a centésima primavera.

Na visão deste Rato, o exemplo de uma mulher cujos ideais e prioridades foram aqui descritas, deveriam ser seguido pelos homens e mulheres do meu Brasil.

Mas este meu país, seu governo popular evoluiu demais para se rebaixar a tanto, voltando a um passado tão imperialista a ponto de ter de se governar por exemplos quando é muito mais moderno e eficiente governar dando ao eleitor uma bolsa qualquer, um bônus ou um vale seja ele qual for e de quanto for o valor, desde isso não saia do seu próprio bolso e sim do bolso dos outros não afeitos ou chegados ou “puder”.

Dos povos subdesenvolvidos deste planeta (sob o ponto de vista do planalto central brasileiro) é o povo inglês que eu acho mais interessante e promissor.

O inglês nato, da gema, é uma criatura formidável, ama de paixão a sua rainha ou o seu rei e não acha que o mesmo tenha qualquer coisa a haver com Deus e sua árvore genealógica, bem como com uma outra divindade qualquer ou coisa que o valha.

Para estes nativos, o Rei ou a sua Rainha é um modelo, um exemplo a ser copiado ou criticado, aberta e veementemente quando não se comportam como deviam se comportar ou, fazem o que um Rei ou Rainha e com isso a casa real, não deveria fazer.

O pior é que lá no Reino Unido até o Rei ou a Rainha se curvam à vontade e necessidades de seus súditos (súditos são lá a mesma coisa que eleitores deveriam ser aqui) e é isso que mostra o tremendo grau de atraso político do Reino Unido.


Aqui no Brasil, onde a evolução política atingiu um nível social altíssimo, mesmo se comparado ao sistema cubano que é a base exemplar para os nossos novos e evoluídos líderes, isso não é mais necessário: para que perder tempo ouvindo o povo se o “puder” é o povo: se o “puder” foi eleito por ele mesmo, o povo; não é o “puder” a vontade do povo?
Está aí um raciocínio de facílima compreensão e eu não entendi ainda o porque, que os cabeças-duras ingleses, ainda não entenderam algo tão simples e obvio como isto é para o novo e culto povo brasileiro.

Eu nunca vi, a Sua Majestade Sereníssima, falar por ai ou aos quatros ventos, que resolveria crises entre países outros que não as do seu próprio, como por exemplo o caso das supostas: bombas atômicas do Irã.

Estes ingleses subdesenvolvidos são mesmo criaturas fantásticas.

Imaginem!

A nossa simpática Senhora não acredita que distribuição de riquezas traria algo de bom ao seu povo a não ser o aumento da pobreza; ela acha, que é o aumento e a distribuição equilibrada dos meios de produção de riquezas é que enriquecerá o seu povo.

Estes povos subdesenvolvidos são tão românticos!

Os bobinhos dos ingleses deveriam seguir o exemplo de socialização do governo brasileiro e dos Camaradas do Brasil onde o governo toma de quem tem (as vezes até de quem não tem (supostamente)) para suprir as necessidades governamentais e os camaradas menos afortunados do partido

Os Camaradas do Brasil (nossos manos), por outro lado, quando não ocupam alguma coisa, tomam outras ou o que estiver ao seu alcance desde que possam no futuro valer alguma coisa ou ainda ser de interesse do partido; isso só para não deixar nenhum “burguês miserável” (burguês miserável é todo aquele que não faz parte do esquema) botar suas mãos corruptas em cima, mas para vender o fruto da sua “justiça social” algum tempo depois para quem realmente mereça comprar e a critério do partido, a um preço tão baixo que faria inveja a qualquer “Negócio da China”, que já houve ou ainda vai haver.


Já pensaram como seria felizes os ingleses, se Sua Majestade aderisse ao sistema de distribuição de riquezas apregoado e “executado” pelos líderes de hoje?

Não?

Então eu mesmo vou imaginar para vocês!

Sua Majestade, no maior ato de insanidade da sua vida, impossível de ser concebido pela mente humana: “se torna lúcida”; renega todos os seus títulos e pleiteia apenas um, o de “Camarada do Partido, Elizabeth II”.

Como é nova no ramo, vai para o fim da fila dos novos Camaradas mas, só conseguirá este lugar na fila quando se desfizer de suas riquezas; depois de distribui-las ao povo do mundo socialista desde que estejam estes ligados ao partido de alguma maneira.

Mas é claro que a antiga Sua Majestade e aspirante a futura mais nova Camarada do Partido, por mais que tenha se esforçado, ainda tem o ranho da burguesia retrógrada e fedorenta na sua imagem pública, por isso não pode ela mesma fazer a distribuição de seus bens com a justiça socialista exigida pelo partido; só o partido e só ele, tem esta visão divina, divinal mesmo, sobre o que é bom para os seus Camaradas cada um de-per-si e o que significa na realidade, o bem estar de uma sociedade socialista-capitalista-comunista.

Depois da justa distribuição social dos bens da Ex Sua Majestade, pelo Divino e Sagrado Partido do Povo, a nova e recuperada cidadã do mundo, a mais nova Camarada do Partido, teria a casa da sua família (foto abaixo) agora servindo de residência a alguém de muita importância para o partido; todos os empregados da casa, antes pagos pelas hoje não tão régias rendas da antiga Senhoria, teriam agora o seus salários “Califáticamente” aumentados e pagos pelo governo: O Novo Governo Popular Britânico.

Sandringham House in Sandringham,
Norfolk, western aspect

A agora, Senhora Camarada Elizabeth II do Partido, estaria morando na encosta de algum morro na Escócia com toda a sua família; ela não é confiável o suficiente para morar no “Morro do Alemão”, aqui no Brasil, a capital do socialismo popular do século XXI.

É na Escócia tem muitos morros e todos eles sendo erroneamente utilizados, afinal o povo de lá é ainda subdesenvolvido.

Quanto ao sustento, a nova Camarada Elizabeth II estaria segura, mas isso só por magnanimidade do partido e pelo fato de esta Senhora ter entregado ao partido os bens que possuía; de cara o partido já lhe garantiu e sem nenhum custo, um barraco no morro com teto de zinco só para que ela. de noite, possa ver um “chão de cheio de estrelas”, (coisa que nunca teve a oportunidade de ver em toda a sua vida) de quebra recebendo por mês todas as bolsas que possam existir e as que ainda estão por vir, mais a ajuda de custo para os filhos, netos, bisnetos, tataranetos, para o gás, para o “buzão”, e por aí vai...

Quanto ao resto de sua família eles só teriam direito a alguma coisa depois de filiarem-se ao partido e incluírem-se em algum movimento de cunho altamente social e produtivo financiados pelos cofres públicos tais como os MSI, MSA, etc... etc... etc...
Os mais adaptáveis (“expertos”) à nova realidade social poderão fundar ONGs, todas financiadas com o erário da nação ou ainda, trabalhar assalariadamente com muitos direitos e muito poucos deveres antes do primeiro dia de trabalho; sempre com todos os direitos (mais um) e nenhum dever depois do primeiro dia de trabalho.

Mas recusando-se a aceitar o novo e social mundo do partido, este infeliz burguês, poderá na melhor das hipóteses terminar os seus dias como um morador de rua crônico, ou poderá, por uma infelicidade e na pior das hipóteses, acabar sendo um empresário honesto o que certamente lhe trará muitas dores de cabeça.
Será por isso: vigiado de perto pela Receita Federal, pela Polícia Federal, pelos departamentos de combate ao crime organizado das polícias civil e militares por todo o país; pela fiscalização tributária do município, do estado e da união, além de passar uma boa parte de seu tempo, produtivo ou de descanso, em alguma vara de algum tribunal do trabalho ou criminal, defendendo-se processualmente de algum Camarada do Partido que foi ofendido por alguma das suas muitas inescrupulosas ações, por algum posicionamento social inviável ou inadmissível para os “manos da vida”, ou ainda de alguma ação civil, que lhe seja adversa só porque produziu ou deixou de produzir, porque vendeu ou não vendeu, por um lucro que deveria produzir e que nem perto chegou de conseguir imaginar como conseguir.

O que impede de algo assim acontecer com a Rainha da Inglaterra é o fato de que esta gentil Senhora sabe ler e escrever e o melhor, em mais de um idioma além do inglês que lhe é nativo.

Se esta Senhora fosse “uma política” de carteirinha deste meu Brasil, falace e escrevesse em português (não sei se isso seria necessário), certamente já teria recebido dois diplomas da Universidade de Coimbra; já teria recebido seis doutorados no estado do Rio de Janeiro e teria sido pela ABL, no mínimo duas vezes, “honrada” com a comenda máxima da casa e é claro, se pudesse e assim coubesse ao executivo poder nacional, ele certamente lhe concederia em coloridas galas, plumas e paetês, na pista do Sambódromo do Rio de Janeiro o título de “Sir”.

Seria isto algo tão inusitado de se ver, ouvir e pensar, que só mesmo em um desenho animado hollywoodiano isso seria concebível: Sir Camarada do Partido, Elizabeth II do morro Sei Lá Onde Fica na Escócia, Algarves... e só Deus sabe mais o que.

Querem saber de uma coisa?
Este Rato e muitos outros (eu acho), gostamos dos modos e princípios desta simpática e sorridente Rainha.

Que pena que somos só nós, os Ratos que temos bom gosto nos dias de hoje.



São Paulo, sp, 28 de Maio de 2012


Mkmouse


Um comentário:

Anônimo disse...

O texto é excelente e as imagens então, únicas! Mais uma vez, parabéns "seu" Mickey!

Lavanah