Eu
estava pensando sobre o que escrever nesta postagem quando me deparei
com o jubileu de prata da Rainha Izabel II (Elizabeth II) do Reino
Unido (UK).
E porque
não, perguntei-me.
Eis aí
algo bom de se falar e de fácil deglutição pública, pelo menos na
Inglaterra.
A foto
abaixo é para mim algo de especial valor, algo dígino de nota aqui
pelos campos de Piratininga.
A Rainha
da Inglaterra, no trono da Inglaterra, está lendo e com os seus
próprios meios!
Isso
minha gente, é impensável para os governantes da nova e
avançadíssima República Federativa Brasileira do século XXI; como
ficaria os pelegos, jogadores de futebol e os entregadores de
santinhos dos partidos políticos se os seus políticos eleitos pelo
menos souberem ler e escrever com alguma, ou vaga coerência.
Imagine
só que catástrofe seria se fosse necessário colocar na presidência
da Petrobras (ou em outros lugares estratégicos) algum “petroleiro
(gente)” de carreira e que realmente entendesse de extração e
refino de petróleo?
A
propósito, eu coloquei petroleiro entre aspas e gente entre
parênteses para que se alguém viesse a ler este texto e estivesse
com o “puder”, (o que eu duvido que possa acontecer) tomando para
si a ideia, venha a colocar um navio na presidência da Petrobras;
isso, se não fosse trágico, seria tão cômico quanto um cavalo no
SPQR.
Só para
esclarecer algum leitor mais desavisado SPQR é a
abreviação da expressão latina Senātus
Populusque Rōmānus,
versão presente na Coluna de
Trajano (O Senado e o Povo Romano) e não Sono
Pazzi Questi Romani
(São Loucos, Estes Romanos) supostamente dito por Astrix, “O
Gaulês”, em uma versão italiana da HQ.
Mas não
é do altamente desenvolvido e avançado governo brasileiro que quero
ora falar, mas sim sobre uma rainha da Inglaterra, aquela que lê.
É a
rainha de um povo que pelos padrões do governo brasileiro deve ser
um povo subdesenvolvido, eles vivem em uma monarquia cujas origens
remonta o princípio do nosso calendário oficial ocidental, sem
contar o fato de que, e ao que parece, nesta monarquia é ainda
preciso aprender a ler e escrever para poder ser alguém na vida,
este lugar é o fim do mundo para o pensamento socialista e
politicamente correto do novo Brasil.
Mas
vamos ao que realmente interessa: Sua Majestade a Rainha Izabel II do
Reino Unido.
Esta
simpática e sorridente Senhora, do alto e no vigor de sua oitava
década de vida, comemorou neste mês de maio de 2012, sessenta anos
de reinado; o segundo reinado, ainda em vigor, mais longo da
atualidade.
Mas quem
é Elizabeth Alexandra Mary de Windsor?
A rainha
Isabel é descendente da casa alemã de Saxe-Coburgo-Gota
(Sachsen-Coburg-Gotha), que herdou o trono britânico após a
morte da rainha Vitória (da casa de Hanôver), em 1901.
Ela
também é descendente de monarcas britânicos da distante casa de
Wessex do século VII; da casa real escocesa, a casa dos Stuart, que
remonta ao século IX.
Pela
parte de sua bisavó, rainha Alexandra, ela é descendente da casa
real dinamarquesa de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, uma
linhagem da casa norte-alemã de Oldenburg, uma das mais velhas da
Europa.
Como tri
neta da Rainha Vitória, a Rainha Isabel tem parentesco com chefes de
Estados da maioria das casas reais da Europa e com a antiga casa
imperial do Brasil.
Ela é
prima de Alberto II da Bélgica, Harald V da Noruega, Juan Carlos I
da Espanha e Carlos XVI da Suécia, também com os antigos reis
Constantino II da Grécia e Miguel da Romênia, além das antigas
casas reais da Prússia / Alemanha e Rússia.
Seu pai, o príncipe Alberto, Duque
de York (mais tarde rei Jorge VI), era o segundo filho mais velho do
rei Jorge V e da Rainha Maria.
Sua mãe era a Duquesa de York, depois rainha-consorte Isabel e Rainha mãe em 1953 com a morte da eté então Rainha Mãe, Maria de Teck.
Isabel II com a irmã Margarida (á
frente) e
a sua avó Maria de Teck (ao lado)
Esta simpática Senhora, A Rainha,
é muito ciosa em seu papel de monarca.
Sabe muito bem que à qualquer hora, do dia ou da noite, existem milhões de pares de olhos e outros tantos de ouvidos atentos a tudo que ela e sua família faz, diz, come e veste.
Sua Majestade sabe que deve dar o
bom exemplo aos súditos britânicos e exibir comportamento
impecável, além de uma conduta irrepreensível, sobriedade e bom
senso.
Acha ela, uma lástima que a
geração seguinte tenha lhe dado tanto trabalho, mas pelo menos a
filha Anne vem se esforçando para honrar as expectativas do povo
inglês.
Frugalidade, em tempos de crise, é
tudo.
A rainha também tem um apreço
especial por aqueles que já têm mais idade.
Rainha
dá festa de verão no jardim do Palácio de Buckingham
Assim é que, todos os anos, ela
envia um cartão de felicitações a cada um dos seus súditos que
completam a centésima primavera.
Na visão deste Rato, o exemplo de
uma mulher cujos ideais e prioridades foram aqui descritas, deveriam
ser seguido pelos homens e mulheres do meu Brasil.
Mas este meu país, seu governo
popular evoluiu demais para se rebaixar a tanto, voltando a um
passado tão imperialista a ponto de ter de se governar por exemplos
quando é muito mais moderno e eficiente governar dando ao eleitor
uma bolsa qualquer, um bônus ou um vale seja ele qual for e de
quanto for o valor, desde isso não saia do seu próprio bolso e sim
do bolso dos outros não afeitos ou chegados ou “puder”.
Dos povos subdesenvolvidos deste
planeta (sob o ponto de vista do planalto central brasileiro) é o
povo inglês que eu acho mais interessante e promissor.
O inglês nato, da gema, é uma
criatura formidável, ama de paixão a sua rainha ou o seu rei e não
acha que o mesmo tenha qualquer coisa a haver com Deus e sua árvore
genealógica, bem como com uma outra divindade qualquer ou coisa que
o valha.
Para estes nativos, o Rei ou a sua
Rainha é um modelo, um exemplo a ser copiado ou criticado, aberta e
veementemente quando não se comportam como deviam se comportar ou,
fazem o que um Rei ou Rainha e com isso a casa real, não deveria
fazer.
O pior é que lá no Reino Unido
até o Rei ou a Rainha se curvam à vontade e necessidades de seus
súditos (súditos são lá a mesma coisa que eleitores deveriam ser
aqui) e é isso que mostra o tremendo grau de atraso político do
Reino Unido.
Aqui no Brasil, onde a evolução política atingiu um nível social altíssimo, mesmo se comparado ao sistema cubano que é a base exemplar para os nossos novos e evoluídos líderes, isso não é mais necessário: para que perder tempo ouvindo o povo se o “puder” é o povo: se o “puder” foi eleito por ele mesmo, o povo; não é o “puder” a vontade do povo?
Está aí um raciocínio de
facílima compreensão e eu não entendi ainda o porque, que os
cabeças-duras ingleses, ainda não entenderam algo tão simples e
obvio como isto é para o novo e culto povo brasileiro.
Eu nunca vi, a Sua Majestade
Sereníssima, falar por ai ou aos quatros ventos, que resolveria
crises entre países outros que não as do seu próprio, como por
exemplo o caso das supostas: bombas atômicas do Irã.
Estes ingleses subdesenvolvidos são
mesmo criaturas fantásticas.
Imaginem!
A nossa simpática Senhora não
acredita que distribuição de riquezas traria algo de bom ao seu
povo a não ser o aumento da pobreza; ela acha, que é o aumento e a
distribuição equilibrada dos meios de produção de riquezas é que
enriquecerá o seu povo.
Estes povos subdesenvolvidos são
tão românticos!
Os bobinhos dos ingleses deveriam
seguir o exemplo de socialização do governo brasileiro e dos
Camaradas do Brasil onde o governo toma de quem tem (as vezes até de
quem não tem (supostamente)) para suprir as necessidades
governamentais e os camaradas menos afortunados do partido
Os Camaradas do Brasil (nossos
manos), por outro lado, quando não ocupam alguma coisa, tomam outras
ou o que estiver ao seu alcance desde que possam no futuro valer
alguma coisa ou ainda ser de interesse do partido; isso só para não
deixar nenhum “burguês miserável” (burguês miserável é todo
aquele que não faz parte do esquema) botar suas mãos corruptas em
cima, mas para vender o fruto da sua “justiça social” algum
tempo depois para quem realmente mereça comprar e a critério do
partido, a um preço tão baixo que faria inveja a qualquer “Negócio
da China”, que já houve ou ainda vai haver.
Já pensaram como seria felizes os
ingleses, se Sua Majestade aderisse ao sistema de distribuição de
riquezas apregoado e “executado” pelos líderes de hoje?
Não?
Então eu mesmo vou imaginar para
vocês!
Sua Majestade, no maior ato de
insanidade da sua vida, impossível de ser concebido pela mente
humana: “se torna lúcida”; renega todos os seus títulos e
pleiteia apenas um, o de “Camarada do Partido, Elizabeth II”.
Como é nova no ramo, vai
para o fim da fila dos novos Camaradas mas, só conseguirá este
lugar na fila quando se desfizer de suas riquezas; depois de
distribui-las ao povo do mundo socialista desde que estejam estes
ligados ao partido de alguma maneira.
Mas é claro que a antiga Sua
Majestade e aspirante a futura mais nova Camarada do Partido, por
mais que tenha se esforçado, ainda tem o ranho da burguesia
retrógrada e fedorenta na sua imagem pública, por isso não pode
ela mesma fazer a distribuição de seus bens com a justiça
socialista exigida pelo partido; só o partido e só ele, tem esta
visão divina, divinal mesmo, sobre o que é bom para os seus
Camaradas cada um de-per-si e o que significa na realidade, o bem
estar de uma sociedade socialista-capitalista-comunista.
Depois da justa distribuição
social dos bens da Ex Sua Majestade, pelo Divino e Sagrado Partido do
Povo, a nova e recuperada cidadã do mundo, a mais nova Camarada do
Partido, teria a casa da sua família (foto abaixo) agora servindo de
residência a alguém de muita importância para o partido; todos os
empregados da casa, antes pagos pelas hoje não tão régias rendas
da antiga Senhoria, teriam agora o seus salários “Califáticamente”
aumentados e pagos pelo governo: O Novo Governo Popular Britânico.
Sandringham House in Sandringham,
Norfolk, western aspect
A agora, Senhora Camarada Elizabeth
II do Partido, estaria morando na encosta de algum morro na Escócia
com toda a sua família; ela não é confiável o suficiente para
morar no “Morro do Alemão”, aqui no Brasil, a capital do
socialismo popular do século XXI.
É na Escócia tem muitos morros e
todos eles sendo erroneamente utilizados, afinal o povo de lá é
ainda subdesenvolvido.
Quanto ao sustento, a nova Camarada
Elizabeth II estaria segura, mas isso só por magnanimidade do
partido e pelo fato de esta Senhora ter entregado ao partido os bens
que possuía; de cara o partido já lhe garantiu e sem nenhum custo,
um barraco no morro com teto de zinco só para que ela. de noite,
possa ver um “chão de cheio de estrelas”, (coisa que nunca teve
a oportunidade de ver em toda a sua vida) de quebra recebendo por mês
todas as bolsas que possam existir e as que ainda estão por vir,
mais a ajuda de custo para os filhos, netos, bisnetos, tataranetos,
para o gás, para o “buzão”, e por aí vai...
Quanto ao resto de sua família
eles só teriam direito a alguma coisa depois de filiarem-se ao
partido e incluírem-se em algum movimento de cunho altamente social
e produtivo financiados pelos cofres públicos tais como os MSI, MSA,
etc... etc... etc...
Os mais adaptáveis (“expertos”)
à nova realidade social poderão fundar ONGs, todas financiadas com
o erário da nação ou ainda, trabalhar assalariadamente com
muitos direitos e muito poucos deveres antes do primeiro
dia de trabalho; sempre com todos os direitos (mais um) e nenhum
dever depois do primeiro dia de trabalho.
Mas recusando-se a aceitar o novo e
social mundo do partido, este infeliz burguês, poderá na melhor das
hipóteses terminar os seus dias como um morador de rua crônico, ou
poderá, por uma infelicidade e na pior das hipóteses, acabar sendo
um empresário honesto o que certamente lhe trará muitas dores de
cabeça.
Será por isso: vigiado de perto
pela Receita Federal, pela Polícia Federal, pelos departamentos de
combate ao crime organizado das polícias civil e militares por todo
o país; pela fiscalização tributária do município, do estado e
da união, além de passar uma boa parte de seu tempo, produtivo ou
de descanso, em alguma vara de algum tribunal do trabalho ou
criminal, defendendo-se processualmente de algum Camarada do Partido
que foi ofendido por alguma das suas muitas inescrupulosas ações,
por algum posicionamento social inviável ou inadmissível para os
“manos da vida”, ou ainda de alguma ação civil, que lhe seja
adversa só porque produziu ou deixou de produzir, porque vendeu ou
não vendeu, por um lucro que deveria produzir e que nem perto chegou
de conseguir imaginar como conseguir.
O que impede de algo assim acontecer com a Rainha da Inglaterra é o fato de que esta gentil Senhora sabe ler e escrever e o melhor, em mais de um idioma além do inglês que lhe é nativo.
Se esta Senhora fosse “uma
política” de carteirinha deste meu Brasil, falace e escrevesse em
português (não sei se isso seria necessário), certamente já teria
recebido dois diplomas da Universidade de Coimbra; já teria recebido
seis doutorados no estado do Rio de Janeiro e teria sido pela ABL, no
mínimo duas vezes, “honrada” com a comenda máxima da casa e é
claro, se pudesse e assim coubesse ao executivo poder nacional, ele
certamente lhe concederia em coloridas galas, plumas e paetês, na
pista do Sambódromo do Rio de Janeiro o título de “Sir”.
Seria isto algo tão inusitado de
se ver, ouvir e pensar, que só mesmo em um desenho animado
hollywoodiano isso seria concebível: Sir Camarada do Partido,
Elizabeth II do morro Sei Lá Onde Fica na Escócia, Algarves... e só
Deus sabe mais o que.
Querem saber de uma coisa?
Este Rato e muitos outros (eu
acho), gostamos dos modos e princípios desta simpática e sorridente
Rainha.
Que pena que somos só nós, os
Ratos que temos bom gosto nos dias de hoje.
São Paulo, sp, 28 de Maio de 2012
Mkmouse