domingo, 13 de novembro de 2011

E Deus fez a segunda escolha.



Pois é...

O que é a verdade?

Esta é mais uma droga de conceito primitivo, qualquer significado para exprimir o pensamento, a visão, o conteúdo que esta palavra encerra sempre resultará em uma contestação de alguma forma em algum lugar.

Mas então porque existem conceitos primitivos?

Ha-há... Isto eu sei explicar!

O conceito primitivo é o resultado mais imediado e concreto da nossa mais completa ignorância sobre um determinado tema.

Gente, não existe nada, mas absolutamente nada em todo o universo da criação que existe, existiu ou está para existir que não possa ser explicado, a questão é o conhecimento completo do universo que esta miserável especie humana não tem e para ser bem claro demonstra estar muito longe sequer de imaginar o que possa ser isso.

No entanto o ato da criação, seja ele qual for, está enraizado no mais intimo das criaturas e apesar de não poder ser exprimido de forma coerentemente lógica e em sua forma irrefutável é do conhecimento geral de qualquer criação as suas mais remotas origens; algumas criaturas podem sentir isso com mais intensidade que outras, mas nenhuma tem a consciência da totalidade do universo em toda a sua extensão, tempo e grandeza.

A verdade para nós é apenas um conceito relativo e assim o será até que a ignorância seja um caráter recessivo em nossa índole, em nossa psiquê, até que ela seja apenas mais um elemento preso em nossa “controlada” caixa de Pandora.

Em um dado momento ou sei lá o que, na sua origem primeva, a criação teve que optar em conter todo o conhecimento ou ser todo o conhecimento.

E parece que a opção escolhida foi ser todo o conhecimento.

Este relato está contado em todas as culturas, até de certa forma coerente e em indiscutivelmente em concordância com suas normas de conduta e entendimento vigentes no momento de sua escrita, e é a visão mais obscura e ancestral de um momento muito forte e coletivo da criação.

No mundo ocidental estes acontecimentos estão narrados de forma menos coerente e definitivamente no tempo errado, no entanto a essência do evento não foi mudada mas ficou muito distante de facilitar o entendimento da realidade além de acrescentar, não sei se por ignorância ou deliberadamente, muitas dificuldades e entraves para o seu entendimento pelas criaturas componentes de seu próprio conjunto no decorrer do tempo e maiores ainda foram estas dificuldades e entraves em determinados espaços físicos, morais e intelectuais no próprio conjunto em causa.

Esta descrição pode ser lida em sua forma simbólica em Gênesis 1,1 a 1,31 e a escolha sobre conter ou ser, de forma ainda muito mais simbólica em Gêneses 3,1 a 3,6.

Já em culturas mais antigas, ou mais evoluídas em tempos tão remotos quanto os tempos das escritas bíblicas originais, quando não bem anteriores a estes, o mesmo evento é contado de forma a tender para o atemporal o que reflete uma maior consciência e conhecimento de causa sobre a realidade do evento em si, mas infelizmente não podem ser claras, o suficiente para um entendimento mais amplo de nossas raízes comuns na criação do universo como um todo, como uma unidade, uma identidade única, pontual e determinada.

Naquele momento, o pontual era o continente, o conjunto que continha tudo o que existiu, existe e está para existir e a escolha é simples:

- Ser o todo com partes únicas ou ser o todo além de o todo em todas as partes únicas.

E obviamente, até para este suricato, Deus fez a segunda escolha.

  
São Paulo, 13 de Novembro de 2011
Mkmouse



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