segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um Obscuro Vislumbre Do Caos



Estava eu cá, completamente absorto em meu cotidiano buscando um aparato de informática por mim a pouco devidamente arquivado e que no entanto e apesar disto, tinha domicilio incerto ou ignorado; notei então o meu lugar todo limpinho, arrumadinho, ordenado com uma precisão que eu posso dizer perto do obsessivo até mesmo ousar afirmar: a caminho do divino e foi aí que compreendi a minha terrível situação: havia sido eu mesmo que assim o deixara logo não tinha a quem culpar, senão eu mesmo, pelo paradeiro ignorado do artefato!






Naturalmente frustado pela falta de alguém para culpar pelo meu infortúnio, enquanto fazia vans tentativas para me localizar no tempo e no espaço, meditei sobre o tema.








...


E eis que, tive por fim, um obscuro vislumbre do caos!!!



É realmente digno de Deus tamanho altruísmo para com os Humanos, os Humanoides (seja la o que for isso) e os E.T.s (isso eu sei o que é) abster-se da mais completa das perfeições só para que as criaturas pudessem se localizar no tempo e no espaço, para que elas pudessem existir.


Eu, só por ter a minha mesa arrumado com uma pitada de obsessão fiquei à beira de um colapso por me sentir sem referências, imagine só como seria se a mais completa das perfeições estivesse ao meu alcance!

È, me sinto um felizardo porque vivo em universo onde a luz é a exceção e o frio (dos mais mortais) é a regra e onde o caos realmente faz muito sentido; mesmo porque o fato de o universo ser assim para o meu cotidiano cá na Terra não tem a menor importância, não faz a menor diferença.



“Se você esta em Roma, haja como os romanos” e eu estou na Terra, sou uma criação apta a viver na Terra e sobre a terra e não no espaço exterior ou mesmo na atmosfera do planeta e nem abaixo da superfície terrestre, para tais empresas meu corpo precisa de proteção adicional, criada por tecnologias das mais diversas e que na maioria esmagadora das vezes não oferece a devida proteção à criatura que a utiliza.



Não, não sou contra ao homem ir ao espaço exterior ou até mesmo ao espaço profundo, não sou contra a ida do homem às profundezas do oceano ou da crosta terrestre, nem mesmo que procure ver e entender a vasta imensidão do mundo quântico ou sub quântico, cada ato, cada investida em qualquer um destes sentidos trás mais conhecimento e até mesmo sabedoria à criatura o que digo, é que na superfície da Terra temos o nosso habitat natural qualquer outra opção nos deixa nas mãos de máquinas, crias estas de tecnologias advindas do conhecimento e não dotadas da sabedoria que é natural à criação gerada pela mãe natureza.



As criaturas nascem e enquanto vivem, crescem e por fim morrem, esta ordem é seguida no planeta Terra por tudo e por todos e pelo que tudo indica também o é pelas estrelas e seus sistemas, pelas fantásticas galáxias do universo conhecido e todos no seu devido tempo, é por isso que disse que pouco me importa se o universo em que vivo é quente ou frio, é escuridão ou é luz, eu vivo na Terra, sou cria da Terra qualquer outra opção de vida fora deste ambiente me confinará e com o tempo certamente me transformará em algo novo e sinceramente, eu não sei se vou gostar disso.


As vezes eu tenho a nítida impressão que nem mesmo somos “filhos” do planeta Terra dado à fragilidade de nossos corpos mesmo em nosso ambiente natural mais brando, precisamos de roupas para nos proteger das intempéries mais comuns e amenas o que ao meu ver, salvo por questões sociais, deveria ser desnecessário.



“...Olhai os lírios nos campos e os pássaros no céu...”.


...


É agora familiar de novo a minha mesa, assim como era antes do princípio, sei onde tudo está e isso graças ao o bom e velho caos; estou vivo novamente!






Viver é bom mas viver sem sofrimentos é melhor no entanto, muito melhor ainda...


É viver!!!





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