sábado, 28 de janeiro de 2012

A Diferença Entre “O Poder.” e “O Puder!!!”




   É de conhecimento geral o desabamento de três prédios no centro da cidade do Rio de Janeiro esta semana, pelo menos é o que eu penso.

    Este acontecimento me levou a pensar sobre um tema que sempre trago à baila, o conhecimento e o mérito.

    Hoje em dia para ser um elemento decisivo e de decisão no contexto de uma família, de uma empresa (irresponsável), de uma sociedade (mais irresponsável ainda) ou de um governo (sem comentários) é essencial que seja um político de carteirinha bem relacionado na situação politica que foi a sua opção, bem como junto aos sindicatos e órgãos tidos e havidos como legítimos representantes da vontade e dos direitos de setores de uma sociedade; mas na ausência desta qualidade imprescindível para a obtenção de um bom e bem remunerado cargo em qualquer lugar deste mundo é necessário ser um “chegado” de algum político em evidência ou ter poder de barganha (chantagem) com alguém que pode decidir ou é um político em atuação no governo daquilo que se quer ou, de onde se quer chegar.

    Resumindo, para ser uma “criatura” bem sucedida hoje em dia além de ser um ativista político por profissão, tem que ser uma pessoa politicamente correta e uma aliada declarada e ferrenha dos Direitos Humanos (só para quem não precisa deles, não é nem de longe uma vítima ou, que faça parte da sua “panelinha”)

    Hoje em dia, quem tem o controle das coisas são as pessoas politicamente corretas e politicamente indicadas para as posições; o mérito do cidadão ou da pessoa não quer dizer nada além de nada significar e são estas pessoas (cada vez em menor número e concursadas na rigorosa forma da lei) que são relegadas, destinadas, a escalões de comandos cada vez mais e mais afastados das decisões graças ao imenso e crescente número de “criaturas” dotadas de muitos e poderosos direitos a ser exigidos com muito pouca ou nenhuma obrigação ou dever a ser cumprido.

    A meritocracia é hoje em dia um horroroso palavrão, uma ofensa imperdoável, um pecado mortal em todas as organizações, sejam elas públicas ou privadas inclusive dentro e para as famílias também.

    O pior desta observação é que esta visão de comando é de abrangência mundial.
   É possível dar-se conta disso facilmente, pois o primeiro sinal da sua instalação é o cultivo, o culto e o incentivo á ignorância.

    É possível medir-se a velocidade com que esta desgraça avança sobre a humanidade apenas observando o crescimento da exaltação e do cultivo da vagabundagem, o crescimento do incentivo à ociosidade e do consumismo indiscriminado e irresponsável, o crescimento da aceitação popular ao crime como um evento da normalidade social; com a velocidade do crescimento da ideia da legalização do crime ou a sua transformação em uma sociedade na qual, logicamente, os criminosos tem mais direitos que as suas vítimas; enfim, no acelerado crescimento do menosprezo e do desprezo severo e implacável ao trabalho honesto, à honestidade, à vida e à honra humana.

    Quanto maior for a velocidade de crescimento destas aberrações nas “criaturas”, maior será o grau de degradação intelectual, moral e social da espécie posta em evidência.
    A instalação deste caos nas sociedades públicas, civis, religiosas e militares é vista nos resultados, quase sempre catastróficos, obtidos por estas políticas a médio e principalmente a longo prazo em suas áreas de abrangência ou atuação; sob a direção ou governo mais obtuso os resultados são mais catastróficos ainda além de muito mais rápidos, quase que imediatos.

    Quando a instalação desta desgraça for definitiva o fim da sociedade como estrutura e coletividade será eminente e inapelável, o retorno (na melhor das hipóteses) ao primitivismo, depois ao barbarismo e por fim ao animalesco passa a ser só uma questão de tempo.

   Esta é a sequência, a determinação final de como será definitivamente a realidade, o futuro, para os felizes sobreviventes desta época de liberdades, de democracia global e irrestrita.

    Quer ver uma luz nesta escuridão de futuro?

    Então tire os óculos do preconceito, do partidarismo e do politicamente correto.

    Quer ver um exemplo prático e agora deste futuro?

    Então esqueça o que diz a mídia e como já foi dito, sem os óculos a obliterarem a sua visão, tire da sua mente o ranço da politicagem e será necessário apenas olhar à sua volta para ver para onde está indo, ou para onde está sendo levado com o seu mais pleno consentimento.
     Agora fica mais fácil explicar o que é “o Poder.” e “o Puder!!!”.

    O “Poder.” demanda e é determinado somente pelo conhecimento e pelo mérito humano, é sempre voltado a interesses maiores, altruístas e evolutivos.
   O “Puder!!!” demanda e é determinado pela politica e pelos interesses menores é consagrado pelo populismo e é voltado para busca das mesquinhezas humanas, para a concretização dos interesses de minorias organizadas e o premiamento do egoísmo com benesses bem individualistas. 
   O “Poder.” jamais corrompe ou é corrompido; busca o bem e o bem estar comum, tem mais deveres a cumprir que direitos a buscar; chega a seus objetivos através do trabalho honesto e trilha por caminhos nem sempre plenos em felicidade mas compartilha com todos indiscriminadamente o que tem ou produz de bom e agradável.

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   O “Puder!!!” é só corrupção e mentiras; busca a felicidade para uns poucos e apregoa pelo continuísmo e através da democracia o dia em que todos os seus eleitores, correligionários, seguidores ou afeiçoados serão felizes; trilha por caminhos tortuosos mas repleto de prazeres e riquezas para si mesmo onde refestela-se em um festim nababesco do qual, as migalhas que escaparam aos cães, compartilha egoisticamente e de forma discriminada com seus “companheiros” menos afortunados mas de mesma sorte política.






São Paulo, 27 de janeiro de 2012

mkmouse



domingo, 8 de janeiro de 2012

Meu Amigo, Filisberto



Estava eu a trocar ideias várias com o meu amigo Filisberto quando o tema dos eventos da natureza veio à tona.

Ficou claro para mim que meu amigo não conseguia entender patavinas de como o ser humano conseguia ser pego constantemente pelos mesmos eventos e sofrer tanto com eles.
Do que para ele escapar é simplesmente o ato de “seguir o chefe”; para os homens escapar destes eventos é algo que se mostra normalmente impensável.

Qualquer criatura viva sabe quando a mãe natureza vai fazer algo que pode ser perigoso para a sua espécie e logicamente se protegem, mas os seres humanos sabem que isto seguramente vai acontecer e ficam para enfrentar a fúria dos elementos que sabem seguramente não poderem controlar e menos ainda, vencer.

Esta negação, esta ignorância dolosa do instinto de sobrevivência por parte dos homens é incompreensível na natureza, no reino das coisas vivas, na criação.
Esta condição na criatura humana é tão esdrúxula que os mesmos são capazes de sacrificar os entes queridos nestas empreitadas; é isto pois a completa inversão do valor do altruísmo tão caro e raro na natureza das coisas.

Tive eu, portanto, que explicar ao meu singular amigo o motivo para este absurdo tão estapafúrdio, tão estúpido, tão insensato.

Deparei-me de imediato e para a minha infelicidade, com uma empreitada Homérica para não dizer astronômica e só a ideia de passar por um perfeito idiota aos olhos e ouvidos do meu letrado amigo, fez-me prosseguir neste insano intento.

Para iniciar disse-lhe que os homens alojam-se em locais onde as intempéries da natureza assolam com violência invulgar para poderem sobreviver.

No que fui contestado com um argumento irrefutável.

- Está me dizendo que para sobreviver o homem se mata; não é por ventura isso a antítese do objetivo primordial?
No que eu replico:

- Não é bem assim, onde morava o retirante a sobrevivência é difícil, conseguir o sustento para si e para seus entes queridos passa por caminhos às vezes de trânsito extremamente difícil; a subjetiva mas honrada pobreza com eles reside com as mesmas prerrogativas dos membros da família e isto posto, mesmo que não só da terra o sustento a família tira, pois que um trabalho outro mui raro o é e parco é o seu estipêndio, mais ralo o é este que o salarium das mortas legiões romanas.

Meu amigo então treplica:

- Não seria pois mais honrado e de bom alvitre em seu lugar e eira permanecer, posto que só a pobreza o acompanha e que à governança cabe o ônus legal de prover a evolução dos governados em seus domínios?

- Claro e nítido o é aos meus olhos, que o retirante da pobreza aninha-se nos lugares mais vis das populosas polis e na busca por labor de pecúnia mais compensatória encontra apenas e sempre a sutil e servil escravidão, desta feita não só ao patrono que o emprega como por vezes outrora se fazia, mas também ao chefe e subchefes da governança imposta à urbe onde mora sem contudo, receber da lei e do estado legal as garantias que lhes são cabidas e constituídas; destes apenas recebe e sem tardança a cobrança integral da lei, em sua forma e letra toda vez que a malfadada sorte o vier a bafejar.
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- O retirante não é mais agora um pobre, desfez-se da pobreza que vestia por natureza (mas mutável) e tornou-se, por simples e mera opção em um definitivo e imutável miserável.
Começo a me sentir o perfeito idiota; e explicando o inexplicável prossigo com o meu argumento.

- Reconheço que a proteção da lei não recai como deveria aos menos afortunados e em especial à aqueles desprovidos dos apadrinhamentos de praxe mas estes, no afã de mais querer, enredam-se nas malhas da miséria voluntariamente parecendo desconhecer que o princípio básico do sofrimento é o quer mais, o consumismo, a busca utópica pela felicidade plena em sua forma mais material; neste mister os que tem como dever cuidar e cuidar bem da sociedade, seguem os desregrados passos do lucro fácil mas devasso, libertino, licencioso, dissoluto, criminoso e vil, dando como opção ao retirante e à sua prole apenas uma ansiedade louca e desmedida, o sofrimento imensurável e quase sempre a morte e esta quando não moral, será miserável e ignota; é o prêmio por sua ousadia em querer mais do que já tem, almejar algo além do que lhe é próprio e do berço, pela terra que queria justamente dividida e pela justiça que queria ver perfeita.

- A culpa pelo infortúnio que os assola não está no poder público legalmente constituído mas sim no indivíduo (cara um de per si) o flagelado, o mesmo que se aliena em definitivo através do uso de seu mais pleno livre arbítrio da cultura, da educação, da moral, da honra e do conhecimento para enfim apenas viver e viver mesquinhamente de prazer em prazeres, de sonho em sonhos, de fantasia em fantasias, abandonando completamente o porvir seu e de todos os seus nas mãos dos mais diversos interesses, todos absolutamente inconfessáveis.


Agora, um confesso perfeito idiota, ouço a conclusão do meu amigo.

Filisberto

- Entendo...

- As pessoas conseguem morrer por ignorância da própria ignorância, por cultuar a ignorância, por fazer dela um meio de vida e isso na natureza um burro nem outro animal, qualquer que seja ele, em sã consciência é capaz de conseguir.


São Paulo, 08 de Janeiro de 2012

Mkmouse