Pois é 2011 esta terminando e 2012 chegando.
Gozado...
Não existe uma pausa para descanso entre a saída de um ano e a chegada do outro; será que a mudança de ano não é como o nosso dia a dia onde a gente tem um tempo para descansar entre um dia e outro?
Não existe uma noite de sono reparador entre um ano e outro?
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Em 2011 o rato saiu da toca, como sempre saiu e sairá, escreveu sobre um mundaréu de coisas neste blog e na revista Mkmouse; foram os mais variados temas assim como variada é a vida.
Já na boca da minha toca, na frente do mundo, o panorama que se descortina é uma amostra do que virá a ser visto, a acontecer, pelas trilhas que irei percorrer a cada passeio que faço pelo relativismo da realidade; diferente este a cada caminho, trilha, que tomo a cada saída que faço.
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É no passeio que descortina-se os detalhes do caminho, tão conhecidos e familiares para a tartaruga(1) e quase, senão desconhecidos, pela célere lebre.
Foram destas visões peculiares ao percurso escolhido que resultaram nas postagens menos abrangentes, a cada tema mais específico e eu sei que nem por isso as postagens ficaram mais fáceis de ser compreendidas; a visão de um evento é algo tão individual como são as nossas digitais.
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Mas é na volta para a toca, mesmo que o caminho de retorno venha a ser o mesmo da partida o que é quase impossível de ser conseguido, bem como no momento de minha saída dela, momento este em que contemplo a infinitude de caminhos a ser percorrido, é que posso ver o todo como um corpo único; fugazes momentos estes em que o coletivo se sobrepõe ao individualismo da identidade, da verdade sempre pré-concebida e a realidade tenta se mostrar em meio a uma espessa e massiva névoa de ignorância.
Neste momento este rato sente-se como que sentado nas profundezas de um labirinto de túneis a ver no meio da escuridão nada além de mui apagadas e escuras sombras fugidias, amorfas, a deslizar por paredes para mim invisíveis mas seguramente não planas(2).
Mas agora o rato começa a se preparar para descansar entre os dois anos, pois compreendeu que existe uma folga para descanso entre um ano e outro.
O segredo é o dia; o ano de 2011 termina em um dia e o ano de 2012 começa em outro e este rato pode e logicamente descansará, entre os dois dias logo entre os dois anos, exatamente como fez na passagem do milênio e o que parecia inicialmente ilógico agora nada mais é que simplesmente um fato do cotidiano do homem.
São Paulo, 13 de dezembro de 2011
Mkmouse
(1) Referência à fábula atribuída a Esopo (fabulista grego (?) do século VII A.C.) “A Lebre e a Tartaruga” recontada por Jean de La Fontaine (1621 - 1695).
(2) Referência à “Alegoria da caverna”, A república – livro VII, Platão (427AC a 347AC).
(3) Fotos montagens de Mkmouse, as fotos são da NASA e a nave é a Discovey do filme de 1968 “2001 – Uma Odisseia no Espaço”.